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A jornal, Bolsonaro defende Paulo Guedes e alíquota única do IR

Em entrevista à 'Folha de S.Paulo', candidato do PSL disse que seu guru econômico 'segue firme' e que fala sobre criação de imposto foi distorcida

Por Da Redação Atualizado em 21 set 2018, 19h48 - Publicado em 21 set 2018, 17h27
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  • Em sua primeira entrevista depois do atentado que sofreu em um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), o candidato Jair Bolsonaro (PSL) saiu em defesa de Paulo Guedes, seu guru econômico, que aventou, em um encontro com investidores, criar um imposto nos moldes da CPMF — que era aplicado sobre movimentações bancárias. O economista também propôs alíquota única de 20% do Imposto de Renda para quem ganha mais de cinco salários mínimos. Uma taxa, também de 20%, incidiria sobre a distribuição de lucros e dividendos.

    A fala de Guedes causou mal-estar na campanha de Bolsonaro, que se apressou em negar que pretenda aumentar impostos e ligou para seu mentor para pedir explicações. Segundo relatos da conversa, o economista afirmou que jamais teve intenção de recriar a CPMF, mas adotar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Mesmo assim, após o episódio, o escolhido do candidato para comandar um superministério da Economia, caso ele seja eleito, cancelou a participação em três encontros com investidores e operadores do mercado financeiro.

    Agora, em entrevista por telefone à Folha de S. Paulo, Bolsonaro disse que Guedes “segue firme” e que sua fala foi distorcida. “O cara dá uma palestra de uma hora, fala uma coisa por segundos e a imprensa cai de porrada nele. Se ele usa a palavra IVA (Imposto de Valor Agregado) e não CPMF, não tem confusão nenhuma. Parece uma boa ideia, vamos estudar. A alíquota única do IR para quem ganha mais é uma boa ideia”, afirmou ao jornal.

    O episódio deu munição aos adversários do presidenciável, que aproveitaram para centrar fogo na proposta de criar outro imposto. Geraldo Alckmin (PSDB) declarou nesta quinta-feira que a ideia é “um tiro na classe média e no pobre”, e Ciro Gomes (PDT) afirmou que o neoliberalismo de Guedes “instrumentaliza o fascismo”, enquanto Marina e Meirelles fizeram dobradinha no debate presidencial da TV Aparecida para atacar a recriação do imposto do cheque. A ex-ministra disse que está “tendo um incêndio dentro do ‘posto Ipiranga’” — apelido que o próprio Bolsonaro incorporou para se referir a Paulo Guedes, a quem sempre delegou um assunto do qual admite não entender.

    Na entrevista, o presidenciável também afirmou estar bem após o atentado que sofreu e descartou participar de debates no primeiro turno em razão do processo de recuperação. Bolsonaro, entretanto, não comentou o movimento para controlar as falas de seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB), que na segunda-feira afirmou que famílias pobres só com “mãe e avó” são “fábricas de desajustados para o narcotráfico”. O presidenciável ainda se queixou dos ataques que vem sofrendo da campanha de Alckmin, que busca o mesmo eleitorado. “Ele pegou pesado. Eu não esperava isso dele, mas a verdade é que ele não é diferente do PT.”

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