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A inveja que Kid Bengala causa em seu partido

Filiado ao União Brasil e candidato a deputado federal, ex-ator pornô recebeu mais de 2 milhões de reais para fazer campanha

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 set 2022, 14h13

O ex-ator pornô Kid Bengala provocou alvoroço nas redes sociais ao utilizar uma propaganda política com conotação sexual para promover aquela que será sua quarta disputa eleitoral. Candidato a deputado federal por São Paulo, ele se aproveitou de trocadilhos infames para tentar convencer os eleitores de que, se vitorioso, pretende mudar a política do país. “Como o Lucas, como o seu João, como o José, como o Ricardo, também como a Flávia, como a Maria, como a Joice, enfim, eu, como todos os brasileiros e brasileiras, estou de saco cheio de tantas sacanagens da política”, dizia um trecho de sua peça de campanha, retirada do ar por ordem da Justiça Eleitoral.

Embora Josés, Ricardos ou Marias possam ter se sentido ofendidos com a provocação do aspirante a político, Kid Bengala tem atiçado também a ira de correligionários do União Brasil por outro motivo: ter sido generosamente financiado por seu partido. Ele recebeu mais de 2,2 milhões de reais da legenda para colocar a campanha de pé. O valor chamou a atenção de outros candidatos porque ele nunca conseguiu se eleger em tentativas anteriores – acabou como suplente de vereador em duas oportunidades e suplente de deputado estadual em 2014. Desde meados de agosto, ele já recebeu 1,375 milhão de reais da direção nacional do União Brasil e mais 865.000 reais do diretório paulista da legenda.

O gordo financiamento de Kid Bengala é sintomático porque o União Brasil concentra dezenas de reclamações sobre desigualdade e supostos privilégios na divisão dos 758 milhões de reais a que tem direito do fundo eleitoral. Na seção paulista da sigla, por exemplo, políticos encaminharam à direção partidária uma lista com exemplos de subfinanciamento de candidatos competitivos em detrimento de notórios desconhecidos, mas não citaram Bengala como caso discrepante.  Procurado, o candidato não retornou às ligações.

Longe do estado mais rico do país,  na guerra pelos milhões do fundo eleitoral, Pernambuco, por exemplo, tem sido tratado como palco de uma “guerra de sobrevivência” travada por dois políticos – o ex-ministro da Educação Mendonça Filho, que por pouco não levou o partido à Justiça para receber dinheiro de campanha, e o presidente da sigla Luciano Bivar. Ambos disputam pela mesma agremiação e pelo mesmo estado uma vaga na Câmara dos Deputados e, longe de serem um fenômeno de votos, dão como certo que apenas um deles, provavelmente aquele com maior dinheiro repassado pela legenda, sairá vitorioso das urnas.

Para completar o clima de suspeição que paira sobre a distribuição do fundo eleitoral, a candidata à Presidência da República pelo partido, Soraya Thronicke, que tem nos melhores cenários apenas 1% das intenções de voto, declarou o uso de 3,2 milhões de reais para montar um comitê de campanha, com direito até à construção da sede, exatamente em Pernambuco. A base eleitoral da presidenciável, no entanto, fica a quase 3.000 quilômetros de distância, no Mato Grosso do Sul.

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