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A difícil missão de Lula de conciliar interesses por ministérios

Equipe de transição com 904 integrantes, 13 partidos da base e pressões do PT dificultam distribuição de cargos do governo

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 dez 2022, 18h14 - Publicado em 3 dez 2022, 18h06

Algumas salas do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, mal cabem o número de membros da comissão de transição do governo Lula interessados em participar das reuniões. Esta semana, a equipe de transição mais que dobrou de tamanho e já chega a 904 integrantes. A lei que regula a transição só prevê a criação de 50 cargos remunerados, mas não impede a escalação de voluntários.

Além das dificuldades físicas para coordenar os trabalhos, a transição de Lula entra na reta final para conciliar os interesses políticos de grupos diferentes. Ontem, o presidente Lula afirmou que vai anunciar os nomes dos ministros que irão compor seu governo após o dia 12, depois de ser diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral. “Eu não escolhi ministro”, disse Lula. “Não precisa ninguém ficar angustiado”.

Lula descartou um ministério para a presidente do PT, a deputada federal reeleita Gleisi Hoffmann. O presidente afirmou que quer Gleisi cuidando do partido. É uma vaga a mais na Esplanada, pois Gleisi era contada por membros da transição para ocupar a Casa Civil ou um eventual Ministério do Planejamento, que poderá ser recriado, um desmembramento da Economia.

A Casa Civil pode ficar com o governador da Bahia, Rui Costa, que abriu mão de se candidatar à Câmara ou ao Senado para reforçar a campanha de Lula. É quase certo que o senador eleito e ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB-MA), assuma o Ministério da Justiça. Dino tem feito uma campanha pública para que Justiça e Segurança Pública não sejam desmembradas em dois ministérios para acomodar algum político da base de apoio.

Os nomes mais ventilados dentro da transição para assumir o Ministério da Economia, que voltará a ganhar o nome de Ministério da Fazenda, é o do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT). O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) também está no páreo para ocupar uma pasta muito importante, Fazenda ou Articulação Política. A senadora Simone Tebet (MDB), que apoiou Lula no segundo turno, é figura quase certa no Desenvolvimento Social.

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A pasta do Meio Ambiente é outro área de difícil solução. Entre os nomes ventilados dentro da transição estão o das ex-ministras Marina Silva, que foi eleita deputada federal, e o de Izabella Teixeira. Um outro nome que foi ventilado para ocupar o Meio Ambiente é o do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que abriu mão de concorrer a novo mandato para fazer parte da coordenação da campanha de Lula.

No Ministério das Cidades, a disputa na transição é entre o deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol-SP) e o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB). O PT não quer abrir mão de nomear o ministro da Saúde. O nome que despontou esta semana é o do ex-ministro Arthur Chioro, que comandou a Saúde no governo de Dilma Rousseff.

Mas uma parte destas escalação de ministros que começou a ser feita esta semana pode cair por água abaixo. Além de conciliar os interesses de seu partido, o PT, Lula terá de conciliar os interesses de pelo menos mais 13 partidos políticos que viriam a integrar sua base de sustentação política. Ao descartar um ministério para Gleisi Hoffmann, Lula deixa bem claro que os cortes irão começar mesmo é dentro de casa.

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