Em parceria com a Fundação Perseu Abramo, a cúpula da campanha de Lula (PT) elabora desde março o documento que ele vai apresentar como proposta de governo. Dois temas transpassam os diferentes eixos do programa: racismo estrutural e economia.
Batizado internamente de “Agenda Brasil“, o texto está sendo pensado para atrair o eleitor jovem, de 16 a 24 anos, que não conheceu a gestão do ex-presidente (2003-2010) e que se preocupa com causas modernas, como desenvolvimento sustentável e equidade de gênero, raça e diversidade. Essa massa de eleitores tende a ter ideias progressistas e a votar no petista, como mostrou VEJA em abril. Corrupção aparece em segundo plano.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta semana indica que 58% dos eleitores de 16 a 24 anos têm intenção de votar em Lula para presidente e 21% em Jair Bolsonaro (PL). Lula também tem maior vantagem sobre Bolsonaro entre eleitores que se declaram pretos (57% ante 23%) e pardos (49% a 27%). A distância entre brancos é menor (40% a 32%). No cômputo geral, o petista tem 48% de intenção de votos no primeiro turno, seguido pelo presidente, com 27%.
Aliados de Lula já questionaram se ele deveria fazer uma nova versão da “Carta ao Povo Brasileiro”, elaborada em 2002 para dialogar com a elite que desconfiava do petista. Lula respondeu que não porque seus oito anos de governo já deram segurança jurídica e previsibilidade ao país e, portanto, o empresariado sabe como seria um novo governo. O Datafolha mostrou que Bolsonaro lidera entre os eleitores mais ricos (42% a 31%).