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Procure a sua turma… na internet

Serviços permitem que usuários encontrem pessoas com interesses em comum e financiem eventos tão distintos como festas temáticas e partidas de futebol

Por Renata Honorato
13 fev 2013, 06h36

Você adora futebol, mas frequentemente se depara com um desafio: como alugar uma quadra society em um final de semana sem reunir dois times de, pelo menos, sete pessoas? Para resolver problemas como esse, empreendedores dos Estados Unidos e Europa decidiram criar plataformas on-line cujo objetivo é colocar em contato pessoas com interesses em comum. Dessa forma, o usuário não só organiza um evento como compartilha com a turma os gastos necessários para a realização do encontro.

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Ao menos quatro sites oferecem o serviço de organização de eventos na web: Vayable, Sidetour e CanaryHop, todos americanos, além do Gidsy, alemão. Essas startups não estão oficialmente no Brasil, mas é possível encontrar em suas agendas programas tipicamente brasileiros, como passeios no Parque do Ibirapuera, visitas às galerias de arte de São Paulo ou aulas pontuais de português para estrangeiros que estejam de férias no Rio de Janeiro.

O modelo, que segue em teste nos Estados Unidos e Europa, tem chamado a atenção de celebridades entusiastas da rede, como o ator Ashton Kutcher. O ex-marido de Demi Moore, que descobriu o poder da internet depois que seu perfil explodiu no Twitter, é um dos investidores do Gidsy, cuja sede fica em Berlim. Ele fez um aporte de 1,2 milhão de dólares na startup, fundada por Edial Dekker, um holandês de 28 anos.

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Divulgação
Divulgação (VEJA)

A ideia apareceu com uma necessidade, como explica o empreendedor ao site de VEJA. “Percebemos que as pessoas estavam cansadas de conhecer as cidades por meio dos roteiros propostos pelos ônibus turísticos. No geral, os moradores conhecem muito bem a vizinhança e podem promover um tour diferente para um grupo de turistas que tenha interesses em comum”, explica Dekker.

O Gidsy surgiu há um ano e a plataforma, na Europa, já funciona como ganha-pão para alguns usuários, que descobriram como “monetizar” o conhecimento ao oferecer aulas, festas ou passeios personalizados para um grupo específico de interessados. É o caso de um evento chamado Berlin Bowie Walk, organizado por um fã do músico britânico David Bowie que guia os turistas a pontos específicos da cidade alemã. Esses locais não só influenciaram a carreira de Bowie como também serviram de referência a seus trabalhos. Para participar do grupo, cujo limite é de 20 pessoas, basta pagar 5 euros. As caminhadas acontecem aos sábados, por volta das 14 horas, e são lideradas por um DJ local chamado Mike T West.

Alguns eventos organizados através da plataforma Gidsy podem soar pitorescos. É o caso do Speed-Pong!, que reúne em uma mesma festa fãs de ping-pong à procura de uma alma gêmea. A mecânica é similar aos tradicionais speed-datings (entrevistas com futuros parceiros amorosos). A diferença é que a conversa acontece enquanto os candidatos à tampa da panela jogam uma partida de tênis de mesa. O valor pago por pessoa, cerca de 20 euros, é usado para ajudar na locação do espaço – uma sala privada em um restaurante de Londres.

Damon Spiegel, fundador do serviço americano CanaryHop
Damon Spiegel, fundador do serviço americano CanaryHop (VEJA)
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Segundo Dekker, o seu serviço reúne eventos colaborativos em mais de 50 cidades do mundo, mas a maior parte dos encontros, por ora, acontece em Amsterdã, Berlim e Londres. “No final de janeiro, lançamos a versão em alemão do Gidsy, mas temos planos de expandir a ferramenta para outros idiomas, como o português”, explica o holandês. O Brasil, é claro, está na mira da companhia. “A nossa base de usuários brasileiros está crescendo, mas precisamos de mais pessoas organizando eventos no país, já que essa é uma região estratégica”, diz o empresário.

O americano CanaryHop, que ainda não recebeu aporte financeiro de investidores, oferece opções de atividades em 300 cidades ao redor do mundo. Segundo Damon Spiegel, fundador do serviço, que aos 38 anos já está em sua décima startup, o serviço possui mais de 7.500 eventos organizados e uma base de 35.000 usuários. A ideia da companhia surgiu durante uma viagem ao sul da França em 2011. “Estava à procura de programas para meus filhos que não fossem museus ou parques aquáticos. Queria que eles encontrassem outras crianças para atividades infantis e não localizei nada do gênero”, explicou o americano em entrevista ao site de VEJA. “Foi assim que nasceu o CanaryHop.” A procura por eventos é maior nas cidades de Los Angeles, Nova York, Paris, Roma e Praga. Entre os eventos mais populares estão aulas de culinária e atividades aquáticas, explica o empresário americano.

Brasil – A adesão dos brasileiros às plataformas é baixa, mas ainda assim há quem tente explorar os benefícios do serviço. Leonardo Moura, de 35 anos, é um publicitário carioca que vive em São Paulo. Ele conheceu o Vayable há seis meses e decidiu organizar roteiros alternativos na capital paulista. “Gosto muito de viajar e sinto que São Paulo é carente de atividades turísticas. Adoro morar aqui e gostaria de mostrar o que há de interessante na cidade”, diz Moura. Entre as atividades organizadas pelo publicitário está um tour pelas galerias de arte contemporânea da região. Apesar de todo o auxílio dado pela ferramenta na construção do anúncio, até agora Moura não conseguiu nenhum cliente.

Divulgação/Arquivo pessoal
Divulgação/Arquivo pessoal (VEJA)

O mesmo acontece com a professora de idiomas Paula Sant’ Anna, de 31 anos, que utiliza o Gidsy para organizar aulas de português básico aos turistas estrangeiros que visitam o Rio de Janeiro. “Como é difícil encontrar comércios com funcionários que falem inglês na cidade, decidi usar a plataforma para oferecer o serviço”, explica. De acordo com a professora, a equipe do site a auxiliou a montar o anúncio, há um mês no ar. Os esforços, por ora, foram em vão. “Até o momento ainda não recebi nenhum aluno por meio da rede”, diz.

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