SUS amplia lista de remédios para artrite
Na lista estão remédios biológicos, destinados a pacientes que não respondem aos remédios convencionais ou que apresentam intolerância às demais terapias
O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira que vai distribuir pelo Sistema Único de Saúde (SUS) cinco novos medicamentos para artrite reumatoide: abatacepte, certolizumabe pegol, golimumabe, tocilizumabe e rituximabe.
Atualmente, a rede pública oferece dez remédios para o tratamento da doença, em 15 diferentes apresentações. Destes, três são biológicos (adalimumabe, etanercepte, infliximabe), que atendem cerca de 30.000 pessoas. As drogas diminuem a atividade da artrite reumatoide, previnem a ocorrência de danos irreversíveis nas articulações, aliviam as dores e melhoram a qualidade de vida do paciente. De acordo com o MS, com a inclusão, os portadores da doença terão acesso a todos os medicamentos biológicos para a artrite disponíveis no mercado.
A inclusão das novas drogas, de acordo com o ministério, deve ampliar a oferta de tratamento para pacientes que não respondem aos remédios convencionais ou que apresentam intolerância às demais terapias. O governo gasta, em média, 25.000 reais por ano com cada paciente que utiliza medicamentos biológicos. Com a inclusão, o custo do tratamento por paciente pode cair para até 13.000 reais por ano, graças às negociações feitas com os laboratórios fornecedores, segundo o ministério.
O que são biomedicamentos?
- A substância ativa de um medicamento biológico é feita por (ou derivada de) um organismo vivo, como uma bactéria ou uma levedura (um tipo de fungo unicelular).
- Ele pode ainda ser obtido de uma fonte biológica, como um tecido ou sangue, de onde são extraídos compostos que agem como medicamentos.
- Diferentemente de um remédio sintético, que é produzido por síntese química em processos controlados, o remédio biológico tem um processo bem mais complexo, que pode envolver etapas de recombinação genética.
- Seus efeitos colaterais podem ser graves e têm, geralmente, relação direta com o sistema imunológico, podendo levar a uma doença autoimune.
No Brasil, há vários biológicos em uso: insulina recombinante, interferon (diabetes), eritropoietina (anemia causada por falência renal), fatores de crescimento e anticorpos monoclonais (usados no tratamento de doenças autoimunes, no câncer e após um transplante).
- Vacinas e antissoros também são considerados biológicos. O remédio Avastin, um anticorpo monoclonal, é um dos remédios contra o câncer mais usados no mundo.
- Em 2011, o FDA (agência americana similar à Anvisa) retirou seu uso para casos de câncer de mama em estágio avançado, mas ele ainda é indicado para alguns tipos de câncer colorretal, pulmonar, renal e cerebral.
(Com Agência Estado)