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Santos anuncia suspensão de bombardeios contra as Farc

Presidente justificou sua decisão dizendo que é uma resposta ao cessar-fogo unilateral que a narcoguerrilha mantém desde dezembro

Por Da Redação
11 mar 2015, 00h23

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ordenou nesta terça-feira que os bombardeios contra acampamentos das Farc sejam suspensos por um mês e não descartou prolongar a trégua para além desse prazo. A decisão põe fim a um discurso mantido pelo governo desde o início do diálogo de paz, em um longínquo mês de novembro de 2012.

Santos insistiu com os narcotraficantes desde o início do processo que não haveria cessar-fogo durante as negociações. Mas os terroristas lançaram mão de tréguas unilaterais, o que despertou a benevolência do presidente que justificou a medida como uma resposta aos recentes gestos dos terroristas. Em um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, ele afirmou que “avanços muito importantes” ocorreram na mesa de diálogo, e citou o cessar-fogo unilateral e indefinido mantido pelas Farc desde 20 de dezembro, além do anúncio do grupo de que não vai mais recrutar menores de 17 anos para suas fileiras.

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“Para promover a redução do conflito, decidi dar a ordem ao ministro da Defesa e aos comandantes das Forças Armadas de interromper os bombardeios sobre os acampamentos das Farc durante um mês”, disse Santos, observando que poderá retomar os ataques se a situação de ordem pública assim o justificar. “A polícia seguirá cumprindo com sua obrigação de proteger todos os colombianos e não vai descuidar de um só centímetro de nosso território”. A suspensão dos bombardeios não significa que não possam ocorrer enfrentamentos durante operações de patrulha e de controle militar do território.

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Santos explicou que o cessar-fogo não é extensivo ao Exército de Libertação Nacional, que aumentou suas atividades criminosas apesar das negociações para iniciar um diálogo de paz.

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Minas terrestres – Outro ponto elogiado pelo mandatário colombiano foi o acordo acertado no último fim de semana para colocar em prática um trabalho de limpeza das áreas minadas no país. O acordo envolve a participação de guerrilheiros no processo – que devem comparecer sem armas e terão suas ordens de captura suspensas – e de militares treinados para a tarefa, sob a supervisão de uma organização norueguesa.

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O anúncio foi celebrado até mesmo pelo ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, um dos integrantes do governo que mais questiona a vontade de paz das Farc. “Felizmente são nossos militares que lideram este esforço”, disse no sábado, em declaração reproduzida pelo El País. A ONU expressou seu desejo de que o trabalho tenha impacto imediato na melhora das condições de vida da população. “Cada mina que se neutralize é uma vida humana preservada”, afirmou a organização, em nota.

O ex-presidente e agora senador Álvaro Uribe, no entanto, destacou um ponto importante do pacto: o fato de que os terroristas não vão pagar pelo crime de terem espalhado as minas terrestres. “As minas antipessoais constituem um delito de lesa humanidade e crime de guerra…está identificado como crime de lesa humanidade por ser um ato que provoca sofrimentos inumanos e coloca intencionalmente em risco a vida das pessoas”, destacou, segundo o El Espectador. Para Uribe, se os terroristas participarem da desativação, isso pode ser considerado para uma diminuição de pena, mas não para esquecer a ocorrência de um crime.

Resultados? – As conversas entre o governo colombiano e as Farc resultaram em pactos parciais sobre temas como tráfico de drogas, reforma agrária e participação política, mas ainda não houve consenso para um acordo definitivo e não foram apresentados resultados práticos. Nesta terça, o presidente também anunciou a criação de uma Comissão Assessora para a Paz, para ouvir vozes de diferentes setores sobre como encerrar um período de mais de 50 anos de conflito.

Foram convidados a participar o ex-presidente Andrés Pastrana – o último a tentar um diálogo de paz com a narcoguerrilha, sem sucesso – e o diretor do Centro Democrático, Óscar Iván Zuluaga, que foi rival de Santos na última disputa presidencial, com o apoio de Uribe, e que ameaçou a reeleição do presidente com suas duras críticas às negociações. Pastrana aceitou o convite.

(Da redação)

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