Polícia indiana mata 20 contrabandistas de madeira
Os policiais alegaram ter agido em legítima defesa. O tiroteio aconteceu durante uma operação para deter o contrabando de sândalo
Pelo menos 20 supostos traficantes de madeira foram mortos pela polícia indiana no estado de Andhra Pradesh, sul da Índia, nesta terça-feira. Os oficiais envolvidos declararam que agiram em defesa própria durante a operação, que foi a maior dos últimos anos para deter o contrabando de sândalo, commodity indiana incluída na lista de variedades vegetais em perigo.
J.V. Ramudu, chefe da polícia do estado de Andhra Pradesh, disse que 9 traficantes foram mortos no distrito de Chitoor, sul da índia, e outros 11 em um segundo conflito a um quilômetro de distância. A maioria dos homens parece ser do estado vizinho, Tamil Nadu.
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Segundo o inspetor geral da polícia estadual e chefe de uma força local contra o contrabando, M Kantha Rao, os policiais pediram para que os homens se rendessem, mas eles reagiram com violência. Entre 150 e 200 trabalhadores contratados pelos traficantes teriam atirado pedras, flechas e barras de ferro contra os policias, deixando seis oficiais feridos. Operações para localizar os fugitivos já foram organizadas.
Políticos da oposição e ativistas dos direitos humanos se opuseram às informações divulgadas, afirmando que os mortos no confronto eram somente trabalhadores desarmados. Eles pediram investigações mais aprofundadas sobre o caso. Segundo afirmaram, os embates entre a polícia e os madeireiros da região são frequentes. Para o porta-voz da União Popular para as Liberdades Civis, S. Balamurugan, o que aconteceu foi “um massacre, um assassinato planejado pela polícia, que deveria ser processada pela morte de nativos sem terras que são utilizados por traficantes.
O número de mortes dessa terça-feira foi o maior já registrado até agora nos conflitos relacionados ao tráfico de madeira. A Índia proibiu em 2000 a venda de madeira de sândalo vermelho, depois que esta foi incluída na lista de vegetais raros. A espécie não é bem precificada no país, porém é vendida a preços exorbitantes na Ásia Oriental, onde é usada para confeccionar instrumentos musicais, móveis, cosméticos, medicamentos e pequenas estátuas do Buda.
(Da redação)