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Kirchneristas atacam grevistas: “Decretaram a prisão domiciliar de milhões de argentinos”

Sindicalistas ameaçam ampliar a paralisação geral se o governo mantiver a indiferença ao movimento e não demonstrar vontade de negociar com os grevistas

Por Da Redação
9 jun 2015, 16h56

Indiferente ao movimento grevista que paralisou a Argentina por completo nesta terça-feira, o governo de Cristina Kirchner partiu para o ataque e teceu duras críticas aos sindicalistas que exigem a revogação de medidas econômicas impopulares defendidas pela presidente. O ministro do Interior e dos Transportes, Florencio Randazzo, tratou de jogar a população contra o movimento ao dizer que os sindicatos “decretaram a prisão domiciliar de milhões de argentinos”. “Venho dizendo que há dirigentes sindicalistas que são parte do problema, não da solução. A Argentina do futuro não se constrói com esse tipo de atitude nem de dirigente”, afirmou Randazzo, de acordo com o jornal La Nación. Os condutores de ônibus, trens, caminhões, aviões, barcos e metrô estão entre as categorias que aderiram à greve que, assim como no Brasil, é um direito previsto na constituição argentina.

A paralisação, de 24 horas, é a quinta desde que Cristina Kirchner assumiu a presidência, em 2007, e a segunda em dois meses para rechaçar o estabelecimento de tetos para os aumentos de salários acertados pelos sindicatos com as empresas. Lideranças do movimento grevista indicam que, se a Casa Rosada mantiver a irredutível postura de não negociar com os trabalhadores, novas medidas serão tomadas em curto prazo. Roberto Fernández, uma das representações sindicais argentinas, disse que a culpa da paralisação deve ser atribuída ao governo “porque eles não escutam” as reivindicações. “Se não nos sentarmos junto com o governo e o setor empresarial [para negociar], não vamos nos entender e isto se tornará um conflito. Espero que isto [a paralisação] provoque uma reflexão e que possamos sentar em uma mesa”, declarou Fernández.

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Segundo o jornal Clarín, a greve coloca em foco a política sindical da Casa Rosada e constitui um duro golpe para o governo de Cristina, que se gaba frequentemente de ter um diálogo direto com os trabalhadores. A dissonância entre a administração kirchnerista e os sindicatos será um prato cheio para os partidos de oposição que disputarão as eleições gerais de 25 de outubro. Cristina não poderá concorrer a um terceiro mandato e, além de ter estabelecido como limite 27% de reajuste anual dos salários, exceto em setores que registram alta rentabilidade, como bancos e exportações de óleos, cobra um imposto sobre os lucros que onera a remuneração dos trabalhadores. Opositores prometeram em sua campanha eleitoral que vão eliminar este encargo.

Enquanto a situação segue preocupante na Argentina, Cristina encontra-se na Itália, onde visita a Exposição Universal de Milão. Ela destacou que a pobreza no país está abaixo de 5% e disse que foi cumprimentada pela ONU por seu empenho em combater a fome. Mas para o sindicato operário opositor CGT Azopardo, liderado pelo sindicalista caminhoneiro Hugo Moyano, os índices se encontram bem acima dos oficiais difundidos pelo governo. As estatísticas privadas e independentes estimam que a pobreza atinge 27,8% da população e a inflação está superior a 31% ao ano.

(Da redação)

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