Namorada de Berlusconi quer audiência com o papa para relatar “sofrimento” do bilionário
“Maldito o dia em que foi aprovada a lei”, diz Francesca Pascale sobre legislação anticorrupção que provocou cassação do companheiro
A namorada do bilionário e ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, Francesca Pascale, quer uma audiência com o papa Francisco para relatar ao líder da igreja católica o “sofrimento” pelo qual está passando seu companheiro, que na quarta-feira teve o mandato cassado pelo Senado italiano. “Apelo ao papa Francisco para que me receba e escute a tragédia de Silvio”, declarou Francesca, que tem 28 anos (49 anos a menos do que Berlusconi, em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal italiano Corriere della Sera.
Francesca também afirma que tinha a intenção de escrever uma carta para o presidente do país, Giorgio Napolitano, pedindo que “entenda Berlusconi”, mas mudou de ideia por receio de que encontraria as “portas fechadas”. A namorada de Berlusconi passou a quarta-feira na residência romana do magnata e explicou que se emocionou ao ver pela janela todo o apoio que seu companheiros recebeu de simpatizantes do partido Força Itália, a sigla comandada por Berlusconi, que foram até a casa para prestar apoio pouco antes da votação que decidiu o futuro político dele.
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No fim, o Senado acabou decidindo que Berlusconi deveria perder o mandato por causa de uma condenação por fraude fiscal envolvendo uma de suas empresas. Segundo uma lei aprovada em 2012, senadores que recebam penas superiores a dois anos de prisão devem perder o mandato. Berlusconi recebeu uma pena de quatro anos. “Maldito o dia em que foi aprovada a lei”, disse Francesca. Por fim, a namorada declarou que Berlusconi continuará lutando para tornar realidade o seu “sonho” de “trazer liberdade à Itália”. “E ele conseguirá”, disse.
Já o ex-primeiro-ministro tem permanecido em silêncio desde que perdeu o mandato. Além de perder o cargo, Berlusconi ainda foi banido da política por seis anos e perdeu o foro privilegiado que garantia tranquilidade para lidar com suas dezenas de processos na Justiça.
(Com agência EFE)