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Líbia vai pela primeira vez às urnas depois de 40 anos de ditadura

Por Por Imed Lamloum
6 jul 2012, 15h19

Os líbios vão às urnas neste sábado, pela primeira vez depois de quase 40 anos da ditadura de Muamar Kadhafi, morto durante a revolução contra seu regime em 2011, e elegerão a Assembleia Constituinte da qual sairá um novo governo e uma nova Constituição para o país.

Em meio ao clima de eleições, o terminal petroleiro de Ras Lanouf foi fechado na quinta-feira por partidários do federalismo que protestam contra a divisão de cadeiras na Assembleia Constituinte que será eleita no sábado.

Os líbios elegerão os 200 membros do primeiro Congresso Geral Nacional que deverá nomear um novo governo e um comitê de especialistas encarregado de redigir um projeto de Constituição, que depois será submetido a referendo.

Mesmo que ainda não haja data para o anúncio dos resultados, uma vez que a nova assembleia tenha realizado sua primeira sessão, o Conselho Nacional de Transição (CNT), que dirige a Líbia desde a queda do regime Kadhafi, terá que renunciar.

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A votação, prevista inicialmente para 19 de junho, segundo o calendário do CNT, foi adiada por razões técnicas e logísticas, indicou a comissão eleitoral.

Num total de seis milhões de habitantes, 2,7 milhões de líbios estão inscritos nas listas eleitorais.

Embora mais de 4.000 candidatos individuais ou inscritos nas listas de movimentos políticos tenham se apresentado, a comissão eleitoral só declarou elegíveis 2.501 independentes e 1.206 de grupos políticos.

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O país está dividido em 72 circunscrições. Em algumas regiões os eleitores precisam eleger um partido político e um candidato individual, e em outras, apenas um dos dois.

No total, 620 mulheres apresentaram suas candidaturas e estão bem representadas nas listas dos partidos, embora entre os candidatos individuais só representem 3,4%.

Os assentos são divididos entre candidatos independentes (120) e movimentos políticos (80), uma maneira de evitar, segundo as autoridades, que apenas um partido político domine a futura Assembleia Constituinte.

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Isto não impede, no entanto, que alguns partidos apoiem candidatos individuais, o que poderia levar os islamitas ao poder na Líbia, como já aconteceu na Tunísia e no Egito, dois países que também viveram a onda de protestos da chamada “Primavera Árabe”.

Durante a campanha eleitoral, que termina na quinta-feira, principalmente três partidos se destacaram.

Dois deles são islamitas: o Partido da Justiça e da Construção (PJC), um braço da Irmandade Muçulmana, e o Al-Watan, do polêmico ex-chefe militar de Trípoli Abdelhakim Belhaj.

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O terceiro grupo político de destaque é o dos liberais, reunidos em uma coalizão lançada por Mahmud Jibril, o ex-primeiro-ministro do CNT durante a revolta contra Kadhafi.

A repartição geográfica dos assentos da assembleia foi muito discutida, sobretudo no leste do país, onde os partidários do federalismo pediam mais deputados.

O Conselho Nacional de Transição decidiu finalmente distribuir assentos de acordo com considerações demográficas, de modo que 100 serão eleitos no oeste do país, onde há o maior número de habitantes.

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O leste da Líbia terá 60 assentos e o sul desértico, 40.

O CNT também decidiu sob pressão que o sistema de votação da futura Assembleia Constituinte seja por maioria de dois terços, de modo que o oeste do país não possa tomar uma decisão sem a aprovação das outras regiões.

Mas os federalistas exigem uma “repartição equitativa” dos assentos e ameaçam boicotar e sabotar o processo eleitoral se suas reivindicações não forem levadas em conta. Nos últimos dias eles inclusive saquearam centros de votação no leste da Líbia, sobretudo na cidade de Benghazi.

Diante dessas ameaças, existem dúvidas sobre a capacidade das autoridades de garantir a segurança das eleições, em um país onde milícias com armas pesadas circulam impunemente .

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