Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Líbia tenta se reinventar após 8 meses de guerra e 42 anos de ditadura

Por Da Redação
16 dez 2011, 19h30

Jorge Fuentelsaz/Mohamed al Saguir.

Trípoli, 16 dez (EFE).- Após oito meses de guerra e milhares de vítimas, a rebelião líbia conseguiu derrotar as tropas do ditador Muammar Kadafi, que defendeu até sua morte um regime egocêntrico, e agora as novas autoridades tentam reconstruir os alicerces do país.

Os protestos da chamada Primavera Árabe explodiram na Líbia no dia 15 de fevereiro. No entanto, ao contrário de Tunísia e Egito, os manifestantes líbios enfrentaram a brutal repressão de um regime que se negou a dar o braço a torcer.

Tudo na Líbia, e especialmente as forças de segurança, se identificava com Kadafi e seus 42 anos de ditadura. Entretanto, vários responsáveis se uniram aos rebeldes, como Mustafá Abdel Jalil, que passou de ministro da Justiça a líder do Conselho Nacional Transitório (CNT).

Assim, a morte de Kadafi e de seu filho Mutassim, em 20 de outubro, e a detenção, um mês depois, de Seif al Islam, o filho destinado a sucedê-lo, mostrou a difícil reconstrução de um país que o coronel deixava órfão de instituições.

Uma orfandade à qual se somaram as disputas entre milicianos e políticos, entre laicos e religiosos, entre as tribos mais influentes e entre cidades que competem por um maior protagonismo.

Continua após a publicidade

O primeiro-ministro, Abderrahim al Kib, tentou limar estas diferenças com a formação, tantas vezes adiada, do governo de transição, no dia 22 de novembro.

Ele outorgou as pastas de Interior e Defesa a representantes das cidades mais belicosas, Misrata e Zintan, e insistiu em que os 24 ministros ‘representem todas as cidades da Líbia’.

No entanto, estas medidas ainda não conseguiram apaziguar os ânimos, e menos ainda, inclinar a balança do poder para o Governo, já que homens armados de Zintan atacaram no dia 10 de dezembro, em duas ocasiões, o comboio do chefe das Forças Armadas.

Estes ataques, unidos a enfrentamentos em várias localidades, mostraram os riscos da fraqueza do poder central e da proliferação descontrolada de armamento. Uma situação que afetou inclusive os países vizinhos, que denunciaram o tráfico de armas para grupos armados da região.

Apesar das dificuldades, o CNT continua apegado ao ‘anúncio constitucional’ que divulgou em agosto, um plano onde estão marcadas as datas fixas da transição, que deveria culminar em meados de 2013.

Continua após a publicidade

Segundo esta agenda, que ressalta o caráter islâmico e democrático do estado, o governo deverá organizar para meados de 2012 as eleições a um Conselho Nacional Geral que substitua o CNT e redija a Constituição.

Se os períodos se cumprirem, 2013 será testemunha das primeiras eleições a um Parlamento permanente e democrático, cuja legitimação será levantada sobre a ‘Revolução de 17 de fevereiro’, que realmente começou dois dias antes.

Um grupo de ativistas encorajados pelo bom andamento da Primavera Árabe convocou em fevereiro um protesto para este dia e após uma série de conflitos e detenções, a situação desembocou em um levantamento armado que teve a intervenção da Otan.

A partir desse momento, começou um lento, mas implacável recuo das tropas pró-kadafi, que se transformaram em alvo fácil dos aviões da Otan.

Kadafi se negava a abandonar o poder, e quanto mais se estreitava o cerco, mais delirantes se tornavam seus discursos, nos quais chamava os rebeldes de ratos.

Continua após a publicidade

A tomada de Trípoli, no dia 20 de agosto, supôs o princípio de um epílogo que se prolongaria ainda por mais dois meses, até 20 de outubro. Após várias semanas de perseguições e combates, o último bairro da última cidade da resistência, Sirte, a cidade natal de Kadafi, cedeu poder aos rebeldes. EFE

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.