Irlanda do Norte: grupos dissidentes do IRA se unem
Terroristas prometem atentados contra a ‘influência da Coroa Britânica’
Três dos quatro principais grupos terroristas dissidentes do Exército Republicano Irlandês (IRA) estão se reunindo para recuperar as bandeiras da organização, noticiou nesta quinta-feira o jornal inglês The Guardian. Segundo divulgado pelo jornal, a nova organização que está se formando terá uma “estrutura unificada, sob uma liderança única” e “subserviente à constituição do Exército Republicano Irlandês”. Entre os integrantes estariam também o que eles chamam “não-conformistas republicanos” – pequenos grupos independentes de Belfast e áreas rurais.
Esta é a primeira vez desde o Acordo de Belfast, em 1998, em que a maioria das forças dissidentes se funde. O acordo buscava acabar com os conflitos relacionados à união da Irlanda do Norte com a República da Irlanda, ou sua continuação como parte do Reino Unido.
Leia também:
Leia também: Elizabeth II dá histórico aperto de mãos em ex-líder do IRA
Fontes da organização afirmaram que a nova força paramilitar inclui centenas de dissidentes armados. Eles estariam planejando intensificar ataques terroristas contra forças de segurança e outros alvos que eles consideram símbolos da presença britânica. Entre os alvos potenciais estão delegacias de polícia, a sede do banco Ulster Bank e a cidade de Derry, escolhida para sediar a festa Cidade da Cultura da Grã-Bretanha 2013, que é descrita pelos dissidentes como “o modo britânico de dominar”.
O grupo enfatiza que a “necessidade da luta armada em busca da liberdade da Irlanda” contra o que descrevem como “as forças da Coroa Britânica” só seria evitada com a retirada da presença militar britânica na Irlanda do Norte. Entre as exigências para não retomar a atividade terrorista, eles exigem “que seja elaborado um calendário internacionalmente reconhecido que detalhe como será o desmantelamento da interferência britânica na política do nosso país”. Os dissidentes dizem que republicanos estão sendo submetidos à prisão, assédio e violência. “É a Grã-Bretanha, não o IRA, que optou por provocação e conflito”.