Paris, 15 dez (EFE).- O príncipe Reza Ciro Pahlavi, filho do Xá Mohammad Reza Pahlavi, derrubado em 1979 pela revolução iraniana, afirmou que quer levar ao Conselho de Segurança da ONU os ‘crimes contra a humanidade cometidos por uma política sistemática de repressão’ no Irã, pelos quais culpou o aiatolá Ali Khamenei.
‘Todos os elementos de repressão do regime dependem diretamente dele’, disse Reza Pahlavi em entrevista publicada nesta quinta-feira no jornal francês ‘Le Figaro’, na qual indicou que o processo jurídico levaria o caso ao Conselho de Segurança da ONU, já que o Irã não é signatário do tratado de Roma, estabelecido em 1998 pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
Reza Pahlavi destacou que a maioria dos crimes dos quais colheu depoimento foram cometidos ‘principalmente contra as minorias, as mulheres e os prisioneiros políticos’.
Para o filho do Xá, os direitos humanos são ‘o verdadeiro calcanhar de aquiles do regime, que parece cada vez mais isolado e ilegítimo’, recorrendo ‘a uma repressão ainda mais brutal’.
Uma intervenção militar ‘gera um cenário onde todos perdem’, algo que ‘só beneficia o regime iraniano’ e que ‘atrasaria a democracia no Irã, sem solucionar o problema nuclear, já que o regime deduziria que tem carta branca’, opinou Reza Pahlavi.
‘Peço à comunidade internacional que se encarregue de suas responsabilidades legais e morais’, acrescentou Reza Pahlavi.
O príncipe considerou também que os protestos contra o resultado das eleições legislativas nas quais Mahmoud Ahmadinejad renovou mandato inspiraram a ‘primavera árabe’. EFE