Advogados de DSK se reúnem com promotores nesta 4ª
Segundo analista, acusação estaria procurando uma forma de 'salvar' o caso
“Os promotores consideram, corretamente, que o arquivamento seria uma humilhação completa”, observa o especialista Jeffrey Toobin
Os advogados de Dominique Strauss-Kahn se encontram nesta quarta-feira com os promotores do processo ao qual ele responde em Nova York, segundo informações do jornal americano The New York Times. A reunião foi marcada um dia depois de outra publicação, o New York Post, revelar que a acusação estaria prestes a encerrar o caso por falta de provas e de credibilidade da camareira que diz ter sido estuprada pelo ex-chefe do FMI no hotel de luxo onde ela trabalha e ele estava hospedado.
A intenção do encontro entre acusação e defesa, de acordo com o NYT, seria definir se é possível um acordo judicial para por fim às acusações. Contudo, nenhuma decisão deve ser tomada – ou pelo menos anunciada – de imediato, de acordo com uma fonte ouvida pelo periódico sob a condição de anonimato. Analistas consultados pela rede americana CNN afirmam que os promotores não devem desistir do caso tão facilmente e que estariam inclusive buscando uma maneira de “salvar” as acusações de crime sexual contra DSK, que deve comparecer a uma nova audiência judicial no próximo dia 18. “Os promotores consideram, corretamente, que o arquivamento seria uma humilhação completa”, observa o especialista Jeffrey Toobin. “Mas parece claro agora que a defesa tem uma boa vantagem”, acrescenta.
Apesar de toda a reviravolta no caso – que teve início na semana passada e culminou na libertação de DSK da prisão domiciliar – a acusação já havia afirmado que dariam continuidade às investigações. Entretanto, o advogado da camareira, Ken Thompson, reclama que os promotores têm se recusado a recebê-lo para esclarecer os últimos acontecimentos, que viraram o jogo contra sua cliente que agora precisa provar que fala a verdade. Ele insiste que, mesmo que ela tenha cometido erros, é vítima de uma violência sexual e merece justiça. “Ela quer falar em um Tribunal no lugar ocupado por uma vítima. Isso é tudo que ela pede”, diz ele.
Prisão – DSK, como também é conhecido, foi preso no dia 14 de maio no aeroporto internacional John F. Kennedy, em Nova York, logo após a camareira do hotel de luxo onde estava hospedado tê-lo acusado de estupro e violência sexual. Mas, na semana passada, o caso sofreu uma reviravolta. O jornal americano The New York Times revelou que a vítima, de 32 anos e origem guineana, pode ter vínculo com atividades criminosas. Antes de denunciar Strauss-Kahn, ela teria ligado para um traficante de drogas que está preso e, ao que tudo indica, é seu namorado.
Enquanto o caso da camareira agoniza nos Estados Unidos, DSK enfrenta uma nova acusação em casa, na França. A escritora Tristane Banon, de 32 anos, processa o ex-diretor-gerente do FMI por tentativa de estupro. O crime teria acontecido em fevereiro de 2003, quando ela tinha 23 anos e o entrevistava para um livro, em um apartamento parisiense. Ele nega tudo e anunciou que a processará por denúncia caluniosa.