Casa Branca corre para chegar num acordo sobre Orçamento
Parte do governo paralisará se, até a meia-noite desta sexta-feira, Republicanos e Democratas não chegarem a um acordo sobre cortes no orçamento federal
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reuniu-se na noite desta quarta-feira com dois líderes do Congresso para tentar resolver os últimos entraves sobre a aprovação de cortes no orçamento federal. Se um acordo definitivo não for fechado até a meia-noite desta sexta-feira, quando as autorizações de gastos atuais expiram, parte do governo paralisará. Obama disse à imprensa não ter fechado nenhum acordo, mas assegurou ter “reduzido diferenças”.
“Conseguimos reduzir nossas diferenças e esclarecer alguns assuntos-chave”, afirmou Obama após se reunir com o presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, e o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid. O encontro de urgência, convocado pela Casa Branca após considerar “insuficiente” o progresso para evitar o fechamento das agências federais na sexta-feira, começou pouco depois das 18h (horário de Brasília) e se prolongou durante mais de uma hora e meia.
Os líderes do Congresso comprometeram-se a colocar suas respectivas equipes para “trabalhar toda a noite” e apresentar suas conclusões à Casa Branca nesta quinta-feira. “Não há nenhuma razão para que não possamos conseguir isso”, avaliou o presidente. “O fechamento do governo teria ramificações em toda a economia, em um momento no qual ainda não nos recuperamos de uma recessão. Isso seria imperdoável”, sentenciou.
Economia real – Obama disse que os dois partidos devem compreender, com “sentido de urgência”, que um fechamento do governo federal – algo que não ocorre desde 1995, durante o mandato de Bill Clinton – teria “consequências reais para gente real”.
A paralisação administrativa afetaria cerca de 800 mil funcionários federais, obrigaria a fechar os parques nacionais e deteria o processo de devolução de impostos por parte da Fazenda americana (Internal Revenue Service). Neste cenário, seriam mantidas as atividades imprescindíveis para “garantir a proteção da vida e da propriedade”, ou seja, as Forças Armadas e a Polícia, mas o pagamento dos salários seria interrompido.
Em declarações a jornalistas na Casa Branca, Boehner ressaltou que os dois partidos ainda têm “diferenças importantes” quanto aos fundos federais, mas se comprometeu a seguir trabalhando porque “ninguém quer o fechamento do governo”. Reid, por sua vez, demonstrou confiança que haverá um acordo e considerou que a reunião contribuiu para “aproximar posturas”.
Propostas – Os democratas propuseram cortes de 33 bilhões de dólares para fazer frente ao déficit fiscal do país, que finalizará este ano em torno de 1,5 trilhão de dólares. Para os republicanos, a quantia é insuficiente, tanto que propuseram uma nova prorrogação de duas semanas condicionada a cortes orçamentários adicionais de 12 bilhões de dólares – algo que os democratas e o Executivo rejeitam.
A reunião desta quarta-feira é a segunda convocada nesta semana pela Casa Branca para tentar alcançar um acordo e também a segunda encerrada com as mãos vazias.
(com EFE)