Prévia da inflação acelera para 0,62% em novembro e fura o teto da meta em 12 meses
IPCA-15 veio acima das expectativas do mercado. Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, oito tiveram alta nos preços
A prévia da inflação de novembro acelerou para 0,62% em novembro, acima do 0,54% registrado em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), veio acima da estimativa do mercado, de 0,48% para o período. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,77%, furando o teto superior da meta, que é de 4,5% para este ano.
Segundo o IBGE, com exceção de educação (cujos preços recuaram 0,01%), oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de novembro. O destaque foi alimentação e bebidas, responsável pela maior variação e pelo maior impacto no índice. Houve uma aceleração no resultado desse grupo em relação a outubro, quando teve variação de 0,87%. Os grupos despesas pessoais (0,83%) e transportes (0,82%) completam o ranking das três maiores variações neste mês.
O IPCA-15 mede a variação dos preços nas duas primeiras semanas do mês de referência e das duas últimas do mês anterior. A pressão inflacionária dos últimos meses e a desancoragem das expectativas do índice de preços motivou o Banco Central a começar um ciclo de aperto monetário. A alta dos preços na prévia de novembro dá fôlego para mais uma alta na taxa de juros na reunião de dezembro. Atualmente, a Selic está em 11,75% ao ano.
Resultado
No grupo alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio acelerou de 0,95% para 1,65% no mês de novembro. Os aumentos do óleo de soja (8,38%), do tomate (8,15%) e das carnes (7,54%) contribuíram para o resultado. Entre as carnes, o acém (10,02%) foi o que teve o maior aumento. Entre as quedas, destacam-se a cebola (-11,86%), o ovo de galinha (-1,64%) e as frutas (-0,46%).
A alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,66% para 0,57%, no mesmo período, em virtude da alta menos intensa da refeição (de 0,70% em outubro para 0,38% em novembro). Por sua vez, a variação do lanche aumentou de 0,76% para 0,78%.
Já no grupo despesas pessoais, o resultado foi influenciado principalmente pela alta do cigarro (4,97%), devido ao aumento da alíquota específica do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre cigarros, a partir de 1º de novembro.
No grupo habitação (0,22% e 0,03 p.p.), a energia elétrica residencial desacelerou de 5,29% em outubro para 0,13% em novembro, com a vigência da bandeira tarifária amarela, a partir de 1º de novembro, que acrescentou 1,885 real a cada 100 kWh consumidos.
No grupo dos transportes (0,82%), o subitem passagem aérea subiu 22,56% e teve o maior impacto individual no índice do mês (0,14 p.p.). O subitem ônibus urbano aumentou 1,34%. Em combustíveis (0,03%), houve aumentos nos preços do gás veicular (1,06%) e da gasolina (0,07%), enquanto o etanol (-0,33%) e o óleo diesel (-0,17%) reduziram os preços.
Ainda em transportes, em São Paulo (0,73%), foram registradas reduções de -9,40% no trem e no metrô e -4,44% na integração transporte público. Os resultados desses subitens são decorrentes da apropriação da gratuidade concedida a toda a população na eleição municipal de outubro e nos dias de realização das provas do Enem.
Em relação aos índices regionais, todas as onze áreas de abrangência tiveram alta em novembro. A maior variação foi observada no Recife (0,94%), por conta da alta da gasolina (6,34%) e da passagem aérea (21,12%). Já o menor resultado ocorreu em Porto Alegre (0,25%), que registrou queda nos preços da energia elétrica residencial (-1,67%) e da gasolina (-1,31%).