Poderosos se sentem mais altos do que são, afirma estudo
Instados a desempenhar o papel de chefe, voluntários de um estudo da Universidade de Cornell superestimaram a própria estatura
Pessoas que se sentem poderosas tendem a se sentir também maiores do realmente são. É o que afirma um estudo da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, recém-publicado na revista Association for Psychological Science.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Living Large: The Powerful Overestimate Their Own Height
Onde foi divulgada: revista Psychological Science
Quem fez: Michelle M. Duguid e Jack A. Goncalo
Instituição: Universidade de Cornell, nos Estados Unidos
Dados de amostragem: Número não identificado de voluntários americanos em três testes.
Resultado: Instados a desempenhar o papel de chefe, voluntários tendem a superestimar a própria estatura. Já no papel de empregados, os voluntários tendem a acertar suas medidas.
“Talvez o poder traga junto uma experiência física”, avalia Jack Goncalo, que realizou experimentos com voluntários para chegar a essa conclusão. “Acredito que, para pessoas menos poderosas, outras pessoas e objetos podem parecer maiores. Já para os poderosos, tudo mais parece menor”, afirmou. Pesquisas anteriores já haviam relacionado pessoas altas com melhores empregos e salários.
Os voluntários que participaram da pesquisa tiveram suas alturas medidas antes dos testes. Após responderem a questionários sobre liderança baseados em suas experiências pessoais, eles foram instruídos a desempenharem ou um papel de gerente ou de empregado. As respostas ao questionário não influenciaram o papel dado aos participantes, que foi aleatório.
Resultado: os voluntários que interpretaram gerentes superestimaram as próprias alturas, e os que fizeram o papel de empregado tiveram uma taxa de acerto bem maior sobre suas medidas.
O experimento foi inspirado por uma entrevista do executivo da empresa de petróleo britânica BP Carl-Henric Svanberg, após o acidente com uma plataforma em alto mar no Golfo do México, em 2010, que derramou milhões de litros de óleo. “Nós nos preocupamos com as pessoas pequenas”, disse ele à época. Mais tarde, Svanberg se retratou e disse que a gafe foi causada pela dificuldade em encontrar palavras já que o inglês não é sua língua nativa.