Cientistas encontram fóssil do maior pterossauro dentado
Fragmentos estavam na coleção do Museu de História Natural de Londres desde 1884. Descoberta foi possível graças a comparações feitas com esqueletos recém-descobertos no Brasil
Cientistas das universidades de Portsmouth e Leicester, na Inglaterra, descobriram um fragmento de fóssil no Museu de História Natural de Londres e tiveram uma surpresa: tratava-se de parte do maior pterossauro dentado já descoberto. O estudo definiu um novo limite superior para o tamanho da abertura de asas do animal pré-histórico alado: 7 metros. A pesquisa foi publicada no periódico Cretaceous Research.
De acordo com os autores, a descoberta é importante porque ajuda a entender os padrões de evolução de grupos extintos ao longo dos anos. O fóssil, composto por parte da mandíbula superior e um dente quebrado, fazia parte da coleção do museu desde 1884. Os cientistas mediram o tamanho do fóssil e descobriram que o diâmetro da coroa de um dos dentes era de 13 milímetros. “É enorme para um pterossauro”, disse David Uwin, da Universidade de Leicester. “Depois dos cálculos, descobrimos que ele tinha cerca de sete metros de envergadura”.
Saiba mais
PTEROSSAUROS
Os pterossauros foram répteis voadores que viveram na era Mesozoica, junto com os dinossauros, entre 210 e 65 milhões de anos atrás. Foram os primeiros vertebrados que conseguiram desenvolver a capacidade de voar.
O pterossauro dentado não era o maior dos pterossauros. Os que não tinham dentes podiam chegar até 10 metros de envergadura. O animal, contudo, é maior que qualquer pássaro vivo. O condor, um dos maiores, têm, no máximo, três metros de uma ponta a outra nas asas.
A forma do focinho e do dente quebrado permitiu identificar a descoberta como sendo da espécie Coloborhynchus capito, um pterossauro dentado raro, representado apenas por alguns fragmentos encontrados na Inglaterra.
A equipe conseguiu calcular o tamanho do bicho ao compará-lo com esqueletos quase completos de pterossauros dentados recentemente descobertos no Brasil. Os cientistas agora tentam entender por que alguns pterossauros eram tão maiores que outros.