Torino quer ser Lady Gaga

Do interior de São Paulo para o mundo: o chamado Lorde Gaga inspira-se na cantora americana para inventar músicas, figurinos e passos de dança

Por Bruno Abbud
20 fev 2011, 09h29

Torino, a versão masculina de Lady Gaga (VEJA.com/VEJA)

“Minha proposta é inovar”, avisa Torino. “No Brasil, não existe nada parecido com o meu trabalho”.

Pense em uma figura da música pop moderna: meia calça transparente, visual andrógino e sapatos de saltos surpreendentemente altos sobre os quais desenrola-se uma coreografia agressivamente sensual. Coloque isso num palco enorme, iluminado por luzes que piscam de acordo com o ritmo dos acordes acelerados e robóticos. Se você pensou em Michael Jackson ou Madonna, não foi longe. Se imaginou Lady Gaga, está ainda mais perto. Estamos falando de Lorde Gaga.

Nascido em Araçatuba, no interior de São Paulo, há 22 anos, Torino – o Lorde Gaga – já é um personagem bastante conhecido na noite paulista, conhecido em sites como o YouTube ou o MySpace e bem menos conhecido do que gostaria no circuito internacional – embora isso não afete de maneira alguma sua autoconfiança. Com roupas exóticas e passos de dança no mínimo excêntricos, Torino não tem dúvida de que é um verdadeiro sucesso.

A carreira começou a deslanchar em 2009, amparada na crença e no patrocínio da mãe, a estilista araçatubense Mara Maia. Ao preço de 100.000 reais, o artista conseguiu gravar um CD com dez músicas – que ainda aguarda a boa vontade de uma gravadora para ser lançado. “Gastei 10.000 reais por música”, calcula. O primeiro show, em dezembro de 2009, consumiu menos do orçamento materno. Torino conseguiu um desconto e, por R$ 15 mil, alugou o palco do chiquérrimo Renaissance, hotel na região dos Jardins. Houve críticas.

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