Mesmo tímido, John Mayer encanta público de São Paulo

Com talento fora do comum, cantor proporcionou show impecável aos milhares de fãs. Estilo intimista, no entanto, causa estranhamento em grandes arenas

Por Rafael Costa, de São Paulo
20 set 2013, 05h06

Show de John Mayer no Anhembi, em São Paulo (Felipe Cotrim/VEJA)

John Mayer, atração deste sábado no palco principal do Rock in Rio, se apresentou nesta quinta-feira na Arena Anhembi, em São Paulo. Em seu primeiro show no país, o cantor foi recepcionado de uma maneira bem brasileira, pelo grupo de percussão Meninos do Morumbi. Enquanto faziam um número instrumental sobre o palco, John apareceu, de repente, com seu violão e a banda embalando o hit No Such Thing, um dos grandes sucessos de sua carreira.

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Repertório – Os percursionistas saíram de cena na segunda música para que o cantor desse sequência ao espetáculo. O setlist foi bem democrático, valorizando os grandes sucessos da carreira, e agradou os milhares de fãs que esperaram pelo menos dez anos para ver o ídolo de perto. Half of My Heart e Why Georgia, músicas que fizeram o cantor americano explodir no cenário musical, foram apenas algumas presentes no repertório de duas horas e meia.

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Musicalmente, John Mayer não deixa a desejar em nenhum momento. A voz inconfundível e marcante é acompanhada por um talento instrumental fora do comum, que ficava evidente nos números de improviso que dividiam as músicas do setlist, onde ele aproveitava para realizar longos solos de guitarra, para delírio das fãs. Destaque também para as canções Your Body Is a Wonderland, Daughters e Free Falling, que foram apresentadas apenas em voz e violão e proporcionaram um dos pontos altos da noite.

**5/19** Grupo Meninos do Morumbi fez uma apresentação especial no show de John Mayer no Anhembi, em São Paulo *(Felipe Cotrim/VEJA)*

**9/19** Público lota o Anhembi no show de John Mayer, em São Paulo *(Felipe Cotrim/VEJA)*

Tom intimista – Apesar do espetáculo musical, é possível notar que o show de John Mayer não é adequado para grandes espaços como a Arena Anhembi – e, mais ainda, a Cidade do Rock. O pop rock misturado com blues é perfeito para casas menores, que valorizam o tom intimista do show. No entanto, o fã clube imenso não permite que isso aconteça, ainda mais na primeira visita ao país. Talvez em uma próxima oportunidade, que, se depender do próprio John, acontecerá em breve. “Eu acabei de decidir que vou voltar aqui todos os anos daqui para frente”, afirmou, acompanhado por gritos estridentes do público.

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Além disso, o cantor peca na parte de interação com a plateia. Tímido e contido, John conversou pouco com o público, e em inglês. As frases “I love you” e “thank you” eram as mais repetidas. No momento mais “tagarela”, contou, emocionado, que estava tocando com uma guitarra que possui desde os dezenove anos de idade. “Eu praticava com essa guitarra no meu quarto sonhando quando eu tocaria para um público desse tamanho”, disse. Mas nada que decepcionasse os milhares de fãs, que saíram mais do que satisfeitos da Arena Anhembi após a apresentação de um dos grandes talentos musicais da atualidade.