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Saiba como agem os negociadores da polícia

Conhecer o perfil dos bandidos é parte fundamental da negociação

Por Adriana Caitano e Fernanda Nascimento
14 jun 2011, 17h26

O caso das mulheres mantidas reféns em uma casa de Brasília na manhã desta terça-feira traz à memória cenas de situações semelhantes que terminaram em tragédia. Em 2008, a estudante Eloá Pimentel foi morta em São Paulo após cem horas de sequestro. O mesmo fim teve a professora Geisa Gonçalves, refém no ônibus 174, no Rio de Janeiro, em 2000.

O desfecho de uma situação como essa depende muito do perfil dos bandidos e do método de ação dos policiais. Em Brasília, apesar dos momentos de tensão, não houve mortes e os criminosos se entregaram após cerca de seis horas de negociação – que, além dos policiais, contou com apoio de familiares dos homens.

Procedimentos – Quando um sequestro é detectado, a Polícia Militar aciona um gabinete de crise. O primeiro passo, segundo o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro Paulo Storani, é isolar a área, o que foi feito em Brasília. Os moradores das casas vizinhas foram retirados do local assim que os policiais chegaram.

Após o isolamento, os agentes envolvidos no gerenciamento de crise – neste caso, foram oitenta – são divididos entre o grupo de negociadores, que conversam diretamente com os sequestradores para saber a motivação do crime; o de inteligência, que analisa o histórico dos criminosos; e o de ações táticas, preparado para as ações policiais.

“Essa modalidade de roubo interrompido, em que não há exigências específicas, é a mais fácil e com probabilidade de terminar bem, pois não há motivação passional e eles não haviam planejado manter reféns. Só o fizeram porque a polícia chegou”, explica Paulo Storani.

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Perfil – A psicóloga Júnia de Vilhena, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), que é especialista em violência, destaca que a análise do perfil dos sequestradores é essencial para o sucesso da operação. “É necessário saber a idade deles, se estão assustados ou agressivos e, principalmente, se estão drogados, pois isso faria com que eles perdessem qualquer elemento de racionalidade.”

Paulo Storani explica que o grupo de inteligência está preparado para buscar fatos sobre os envolvidos que possam influenciar na negociação. “É preciso observar a ficha criminal deles – extensa, no caso dos criminosos de Brasília. Se algum já cometeu um homicídio, poderá agir de forma brusca e violenta em algum momento”, diz. “A história também não deve ser prolongada demais para não dar a oportunidade de os criminosos quererem fama, o que acontece em muitos casos.”

As exigências feitas pelos bandidos devem ser, na medido do possível, atendidas. Os sequestradores de Brasília pediram a garantia de que teriam a integridade física preservada. “Isso pode ser resolvido com a presença de uma autoridade, como o secretário de segurança, que vai reforçar a garantia”, sugere Júnia. Para Storani lembra que tudo deve ser feito com cautela: “A vida é o foco principal. Em primeiro lugar a dos inocentes, em segundo a dos policiais e em terceiro a dos sequestradores”.

Veja abaixo o desfecho deste e outros casos:

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