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Polícia tenta ouvir Valério e Delúbio na Papuda

Inquérito trata dos desdobramentos do Mensalão. Delúbio se recusa a falar

Por Da Redação
7 dez 2013, 10h41

A Polícia Federal tomou o depoimento do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e do empresário Marcos Valério no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, no inquérito que trata de desdobramentos do mensalão. São investigações abertas a partir do depoimento que Valério prestou no final do ano passado, quando já estava condenado.

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Dois policiais da delegacia de inquéritos especiais foram ao presídio para ouvi-los na sexta-feira da semana passada. Uma das investigações em curso é sobre a suspeita de tráfico de influência na liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco. O ex-ministro Antonio Palocci também foi ouvido no mesmo inquérito, mas em outubro. Ao todo, cerca de 20 pessoas prestaram depoimento. Na época da liquidação do banco, em 2005, Palocci era ministro da Fazenda do governo Lula e, Delúbio, tesoureiro do PT.

Em 24 de setembro de 2012, Marcos Valério fez acusações a procuradores da República que não eram alvo da ação penal do mensalão. Entre elas estava a de que o dinheiro do mensalão serviu para pagar despesas pessoais de Lula. Sobre o Mercantil, Valério disse que Armando Monteiro, então dono do banco, discutiu com Lula a liquidação da instituição numa viagem a Cuba.

Nesse processo de liquidação, o Banco Rural, envolvido com o mensalão, teria sido beneficiado. O caso do Mercantil também incrimina Marcos Valério. O empresário esteve 17 vezes no Banco Central entre 2003 e 2005, oito delas sobre o levantamento da liquidação do Mercantil, nas quais se apresentava como representante do Rural.

Ao justificar a autorização para que o depoimento de Delúbio fosse dado na Papuda e não na delegacia, o juiz da vara Angelo Oliveira afirmou que isso “minimizaria a exposição e a exploração da imagem do sentenciado”. Na autorização para o depoimento de Valério, o juiz alega apenas ter preocupação com a “exposição do próprio sistema prisional”.

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Preso há 23 dias para cumprir uma pena de 8 anos e 11 meses de prisão em regime fechado (inicialmente cumprida no semiaberto até a decisão sobre o recurso apresentado por sua defesa), Delúbio se recusou a responder as perguntas da PF, lê-las ou mesmo folear trechos do inquérito. A todo tempo ele respondia que não iria se manifestar porque estava seguindo orientação dos seus advogados e não tinha conhecimento da investigação. Segundo os investigadores, contudo, os autos foram encaminhados para conhecimento da defesa em julho. A não colaboração é respeitada na instituição como um direito constitucional, mas pode prejudicar ainda mais o petista. Não está descartado o indiciamento dele.

Segundo os investigadores, todos os ouvidos colaboraram com a investigação, com exceção de Delúbio. O inquérito deverá ser concluído em dez dias. O advogado de Marcos Valério, o criminalista Marcelo Leonardo, afirmou que orientou seu cliente a não responder as perguntas da PF. “A orientação para ele, qualquer que seja o caso, é exercitar o direito ao silêncio”. Marcos Valério foi ouvido por um delegado diferente do que tomou o depoimento de Delúbio.

O criminalista José Roberto Batochio, que defende Palocci, afirmou que a PF indagou ao seu cliente se Marcos Valério ou o Banco Rural o procuraram para tratar do Mercantil. Palocci disse, segundo o advogado, que desconhecia a operação, que nunca foi procurado e que o BC tinha autonomia para tomar uma eventual decisão sobre o negócio.

Além dos seis inquéritos “filhotes” do mensalão abertos a partir do depoimento de Marcos Valério, a PF também investiga outro fato relacionado ao esquema que envolve o ex-gerente executivo do Banco do Brasil Claudio de Castro Vasconcelos. Ele era da equipe que aprovou o direcionamento antecipado de 73 milhões de reais do fundo Visanet para a DNA Propaganda de Marcos Valério.

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(Com Estadão Conteúdo)

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