Polícia apura envolvimento de PMs em mortes em Campinas
Corpos tinham características de execução; familiares serão ouvidos
Uma equipe de seis delegados começa a ouvir nesta terça-feira depoimentos de familiares dos doze homens assassinados entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira em Campinas, no Estado de São Paulo, após a morte de um policial militar durante uma tentativa de assalto.
Os depoimentos serão acompanhados por um promotor de Justiça destacado para auxiliar nas investigações. A Polícia Civil tem como principal linha de investigação o envolvimento de policiais militares nos crimes, mas também apura conflito entre quadrilhas. Os corpos de quatro dos dozes assassinados serão enterrados nesta terça, no Cemitério dos Amarais. Sete enterros aconteceram ainda na segunda.
Segundo a polícia, as mortes começaram depois que o PM Arides Luís dos Santos, de 44 anos, foi assassinado. De folga, ele estava com a mulher abastecendo o carro quando foi abordado pelos criminosos. Santos tentou desarmar um dos bandidos e levou um tiro na cabeça.
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Nesta segunda-feira, três ônibus, um carro e duas cabines de um terminal urbano foram incendiados. Os ataques foram registrados no bairro Vida Nova e seriam uma reação às mortes ocorridas na madrugada. Ainda de acordo com a polícia, os crimes aconteceram em um período de cinco horas e têm características de execução. Nos locais dos crimes foram encontradas cápsulas de pistola 9 mm e de revólver calibre 380. As vítimas tinham tiros na cabeça e tórax, algumas com mais de cinco perfurações pelo corpo. Metade dos doze mortos tinha passagem pela polícia e um deles era menor de idade.
(Com Estadão Conteúdo)