Polícia investiga morte de adolescente nos trilhos da CPTM
Caso foi registrado como "morte suspeita" e pode ter sido causado pelo empurra-empurra de outros passageiros que tentavam embarcar
A Polícia Civil investiga se a queda de um estudante de 15 anos nos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) , ocorrida às 17 horas de terça-feira, início do horário de pico, pode ter sido causada pelo empurra-empurra dos passageiros que tentavam embarcar. A empresa, no entanto, informou que o jovem pode ter tentado se agarrar à porta da composição no momento em que ela chegava à parada, desequilibrando-se. Leonardo de Souza Silva seguia de seu trabalho, no centro da capital, para a escola em Itaquaquecetuba, cidade na Grande São Paulo onde morava, quando caiu nos trilhos da Estação Brás e morreu.
O caso foi registrado como “morte suspeita”. Segundo o delegado titular da Delegacia do Metropolitano (Delpom), José Eduardo Navarro, nenhuma hipótese está descartada. “Foi um acidente de pular no estribo ou de empurra-empurra”, disse, acrescentando que a análise das imagens das câmeras de segurança ajudará a esclarecer o que houve. Alguns desses vídeos gravados na hora da queda do estudante foram exibidos para a reportagem na tarde desta quinta-feira, na sede da CPTM, na região central. As imagens mostram que a plataforma estava cheia, mas não superlotada. Nenhuma imagem mostra o local exato da ocorrência.
Uma das gravações mostra o trem estacionando. Só é possível vê-lo do lado oposto ao da plataforma 7, onde Silva caiu. Em um certo momento, seguranças da empresa aparecem socorrendo o jovem, tirando-o de baixo da composição e colocando-o em uma maca na plataforma 8, que é paralela. A vítima não chegou a ser atropelada pela composição. Sua morte, de acordo com o boletim de ocorrência, foi por politraumatismo.
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Segundo o documento, um dos vigilantes que fizeram o resgate relatou que o rapaz não tinha “ferimentos externos visíveis” e, ao ser socorrido, “estava ofegante e reclamando de falta de ar”. O jovem foi levado para o Hospital João XXIII, na Mooca, Zona Leste da capital paulista, onde morreu.
O pai do rapaz, o cortador de tecidos Francisco Maizo Fernandes da Silva, de 40 anos, disse, após o enterro da vítima, em Itaquaquecetuba, que não acha que seu filho tenha tentado se pendurar no trem. “No boletim de ocorrência não tem isso. Nenhuma testemunha que esteve lá conta isso. Meu filho era um pouco ativo, mas eu não acredito (que ele tenha tentado se pendurar).” O garoto não estava acompanhado de nenhum conhecido e nenhum passageiro que presenciou a queda foi ouvido.
Em nota, a CPTM “lamentou” o fato e disse que contribui com a investigação. A empresa disse que internamente apura as circunstâncias do fato e “testemunhas ouvidas pela CPTM” relatam que, por volta das 17 horas, “um rapaz pulou da plataforma para o estribo de uma das portas, quando o trem ainda se movimentava”.
(Com Estadão Conteúdo)