PF investiga ‘pedágio’ cobrado por milícia para campanhas no Rio
Em reduto dominado por milícia, deputada estadual Cidinha Campos diz que teve cabos eleitorais ameaçados e proibidos de pendurar placas
A Polícia Federal abriu inquérito nesta sexta-feira para investigar denúncias de que criminosos barram campanhas eleitorais em favelas do Rio de Janeiro. De acordo com os relatos, milicianos cobram “pedágio” de candidatos interessados em fazer campanha eleitoral em sete favelas de Del Castilho, na Zona Norte do Rio. Uma associação de moradores faz as cobranças e exibe, aos interessados, uma espécie de “censo eleitoral” com a quantidade exata de eleitores aptos a votar em cada favela.
O pedido de investigação foi feito pelo procurador-regional eleitoral do Rio, Paulo Roberto Bérenger. As sete favelas do bairro são dominadas por milicianos e tratadas como curral eleitoral pelos criminosos, que escolhem quais candidaturas devem ser beneficiadas. Para espalhar placas pela área, o candidato é cobrado a pagar 100.000 reais para a associação de moradores sob suspeita, de acordo com as denúncias.
Restrições à circulação de pessoas são problemas antigos em favelas do Rio, mas os políticos só costumam agir contra as limitações impostas por milicianos ou traficantes em anos eleitorais. Candidatos passam a reclamar quando tentam fazer campanha e são barrados ou achacados por criminosos.
Desta vez, a deputada estadual Cidinha Campos (PDT) denunciou ameaças e prestou depoimento a policiais da delegacia da área. Ela informou que dois cabos eleitorais foram ameaçados por um motoqueiro de fuzil na favela Águia de Ouro, em Del Castilho, e proibidos de pendurar placas.
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