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No Rio Grando do Sul, um dos páreos mais acirrados

Alavancado pela máquina de propaganda petista e o apoio de Dilma, o governador Tarso Genro virou a eleição contra Ana Amélia Lemos na reta final e o cenário está aberto

Por Jean-Philip Struck, de Porto Alegre
5 out 2014, 07h40

Com histórico de não reeleger seus governadores, o Rio de Grande do Sul – quinto maior colégio do país, com 8,4 milhões de votos – teve uma campanha agitada. Até a última quinta-feira, as pesquisas indicavam que a senadora Ana Amélia Lemos, do PP, liderava a disputa, mas o mais recente levantamento do instituto Datafolha registrou um cenário embolado, o atual governador, Tarso Genro (PT), na liderança, e empate numérico entre Ana Amélia e o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori (PMDB). Segundo o instituto, não é mais possível assegurar quem disputará o segundo turno.

Líder nas pesquisas desde o início da campanha, em julho, Ana Amélia tem perdido terreno simultaneamente ao crescimento dos dois adversários. À frente de uma gestão que não desfruta dos melhores índices de aprovação e com dificuldade de relacionamento com a Assembleia Legislativa, Tarso agarrou-se à máquina de propaganda petista e recebeu o apoio do ex-presidente Lula e da presidente-candidata Dilma Rousseff na reta final da campanha.

Eleito no primeiro turno em 2010, o petista teve a popularidade corroída por brigas com os professores da rede estadual e com a Brigada Militar (a PM gaúcha) por reajustes salariais. Também sentiu o peso da dívida pública de 55 bilhões do estado – proporcionalmente o mais endividado do país – e o rombo da Previdência. Durante seu mandato, Tarso pressionou os gastos públicos na tentativa de impulsionar o crescimento do estado e continua a apostar numa negociação arriscada com o governo federal para reverter o rombo.

Ana Amélia é novata na política. Ex-jornalista da rede RBS, gigante da comunicação no estado, ela disputou sua primeira eleição em 2010, quando conquistou uma vaga no Senado. Apesar de ser filiada ao PP, partido da base aliada de Dilma Rousseff, a senadora apoia oficialmente o tucano Aécio Neves na corrida presidencial. Ana Amélia também defende a renegociação da dívida, mas fala em corte de gastos na máquina estadual, o que o petista se recusa.

Até conseguir a dianteira nas pesquisas, o PT replicou em solo gaúcho a tática adotada à exaustão em outras praças e na própria corrida presidencial: colocou em ação sua rede de sites e perfis nas redes sociais para espalhar boatos contra Ana Amélia. A ex-senadora foi acusada de ser funcionária fantasma do Senado e de ter omitido em sua declaração patrimonial uma fazenda herdada do ex-marido. Em um comício no mês passado, o ex-presidente Lula aproveitou para disparar contra a senadora: “Não é a televisão ou um raio de jornal que vai fazer um governador neste estado mais politizado do país”.

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Quem se beneficiou do fogo cruzado foi Ivo Sartori, do PMDB, que tenta quebra com a polarização das duas principais candidaturas – saltou de 7% das intenções de voto para 23%. Ligado ao senador Pedro Simon (PMDB), Sartori n]ao só pode alcançar o segundo turno como poderá ser o fiel da balança se não avançar – Tarso já anunciou que pretende atrair o PMDB evocando a relação que PT e a sigla possuem no plano nacional.

Senado – Já para o Senado, a corrida pela única vaga também é disputada por um petista e um ex-apresentador de televisão, em outro pleito cujo cenário é indefinido: estão na briga o ex-governador Olívio Dutra (PT) e o jornalista Lasier Martins (PDT).

Segundo pesquisa Datafolha, Dutra aparece com 30%, e Martins, com 31%. O senador Pedro Simon, que decidiu deixar os planos de aposentadoria de lado e concorrer a mais um mandato após a retirada da candidatura de Beto Albuquerque (PSB), que assumiu a vaga de vice na chapa de Marina Silva, aparece com 13% das intenções de voto.

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