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Mais um ônibus é incendiado em São Paulo

Polícia investiga se caso está relacionado a protesto por morte de adolescente em abordagem policial na Zona Norte; testemunhas dizem que houve execução

Por Letícia Cislinschi
10 dez 2012, 09h06

Mais um ônibus foi incendiado na capital paulista na madrugada desta segunda-feira. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, um homem e um adolescente foram presos após atear fogo em um coletivo no Itaim Paulista, Zona Lesta da cidade. A secretaria afirmou que ainda não é possível dizer que o caso tenha relação com outros dois ônibus incendiados no domingo em protesto pela morte de Maycon Rodrigues de Moraes em uma abordagem policial no Jardim Brasil, Zona Norte. Em um dos casos, duas pessoas morreram carbonizadas porque não conseguiram sair a tempo do veículo.

Walterney Marques da Silva Júnior, que estava com Maycon no momento da abordagem, foi baleado e está internado na UTI do Hospital São Luiz Gonzaga sob escolta policial. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Walterney levou um tiro. A bala já foi retirada do corpo e o paciente permanece estável, porém sem previsão de alta. O irmão de Maycon, Marcelo, também teria sido agredido ao tentar defender o irmão e está hospitalizado com traumatismo buco-maxilar. Ele foi operado e permanece estável. Seis PMs que participaram da ação foram presos na noite de domingo.

Versões – A abordagem policial ocorreu à 1h30 na Rua Basílio Alves Morango. Segundo a versão dos policiais militares presos, Maycon e Walterney estavam armados em um Passat vermelho e tentaram fugir ao perceberem a aproximação da viatura. Foi quando houve o suposto tiroteio e Maycon foi morto. Segundo a polícia, ele teria passagem por tráfico.

A família da vítima e vizinhos, por sua vez, contestam essa versão e dizem que os jovens não reagiram. Um parente de Maycon afirmou que houve truculência por parte da polícia. Após o tiroteio, moradores ainda se reuniram em torno da viatura para protestar. Policiais teriam disparado tiros para o alto para dispersar a multidão. A Polícia Civil apura o caso e vê indícios de execução.

O clima de tensão permaneceu todo o domingo na região. No quarteirão do tiroteio, bloqueado pela polícia, moradores se juntaram para protestar novamente e bombinhas de festa junina foram jogadas contra os policiais. Amigos se reuniram com camisas com os dizeres “saudades eternas” e a foto de Maycon. Mais uma vez, segundo moradores, a polícia usou a força e disparou balas de borracha para acabar com o protesto.

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Incêndios – Os incêndios a ônibus ocorreram uma hora após a morte de Maycon. A menos de dois quarteirões do local onde duas pessoas morreram no primeiro ônibus queimado, outro coletivo foi incendiado na Praça Ana Gutemberg, também no Jaçanã, às 11h de domingo. Ninguém ficou ferido.

Pelo menos 14 suspeitos pelos incêndios haviam sido detidos pela polícia até o fim da tarde deste domingo – alguns menores de idade. A polícia chegou aos primeiros nomes após três deles darem entrada em hospitais da região com queimaduras no corpo. A polícia vai apurar quais deles se envolveram no incêndio do primeiro ônibus. Eles poderão ser indiciados pelos dois homicídios.

(Com Estadão Conteúdo)

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