Fundação Casa afasta o quinto acusado de espancar jovens
Ele é coordenador de equipe da unidade João do Pulo, onde foram gravadas imagens de adolescentes sendo torturados
A Fundação Casa (antiga Febem) afastou o quinto acusado de participar da sessão de tortura no Complexo Vila Maria, na Zona Norte da capital paulista. Ele é coordenador de equipe na unidade, e a Fundação não divulgou seu nome. Outros quatro já haviam sido afastados no dia anterior.
Segundo reportagem exibida no Fantástico, da TV Globo, são eles: o diretor da unidade, Wagner Pereira da Silva, os coordenadores de segurança Maurício Mesquita Hilário e José Juvêncio (que aparecem no vídeo agredindo os jovens) e o coordenador de equipe Edson Francisco da Silva, que assistiu às agressões. As investigações vão apurar quantos funcionários foram coniventes com a tortura.
A partir desta terça-feira, serão ouvidos os adolescentes da unidade, incluindo os oito envolvidos no episódio. No sábado, esses garotos foram transferidos para uma unidade próxima do Brás. A tortura aconteceu porque eles teriam tentado fugir. Pularam a grade, mas não conseguiram ultrapassar o muro de seis metros de altura.
Nas imagens da TV, gravadas dentro da unidade João do Pulo, no Complexo Vila Maria, os funcionários dão socos, tapas, pontapés e cotoveladas em pelo menos seis adolescentes, que estão de cueca, acuados em uma sala da unidade. As imagens foram gravadas em 3 de maio.
O promotor de Justiça Matheus Jacob Fialdini, do Departamento de Infância e Juventude (Deij), visitou nessa segunda a unidade João do Pulo com outro promotor e dois técnicos. Eles ouviram dezesseis funcionários, e o promotor afirmou que constatou que boa parte da mão de obra não passa por cursos de capacitação. A Fundação Casa informou que os funcionários passam por capacitação constante e que a corregedoria vai apurar o caso denunciado.
(Com Estadão Conteúdo)