Estudantes decidem manter a invasão da reitoria na USP
Justiça concedeu à universidade direito de reintegração de posse em 24 horas
Os estudantes da USP (Universidade de São Paulo) que invadiram a Reitoria na noite da última terça-feira, dia 1º, decidiram manter a ocupação do prédio em assembleia realizada na noite desta quinta-feira. A Justiça concedeu à direção da universidade, também na noite desta quinta, o direito de reintegração de posse, que deverá ser cumprido em um prazo de 24 horas após um oficial de Justiça notificar os manifestantes.
A ordem para a desocupação, dada pela juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, determina que a desocupação do prédio deve ocorrer sem violência, mas prevê o uso de força policial caso as partes não entrem em acordo.
Histórico ─ O prédio da reitoria da faculdade foi invadido por estudantes inconformados com a derrota em uma assembleia realizada na noite desta terça-feira, dia 1º, que decidiu ─ por 559 a 458 votos ─ pela desocupação do edifício da administração da FFLCH. A ocupação da FFLCH ocorrera na madrugada da última sexta-feira, 28 de outubro, depois que três estudantes de geografia foram flagrados por policiais militares fumando maconha dentro do campus. Os invasores pedem o fim do convênio entre a PM e a USP – firmado em setembro deste ano, que passsou a permitir a atuação de policiais dentro da Cidade Universitária – e a extinção de processos internos contra funcionários e estudantes.
Maconha ─ Na terça-feira, dia 1º, antes da invasão do prédio da reitoria, cerca de mil estudantes organizaram uma assembleia regada a maconha e cerveja para dar sequência aos protestos que pedem a retirada dos policiais do perímetro do câmpus. Enquanto alunos esgoelavam frases como “Fora PM! Abaixo a repressão!” num microfone conectado a caixas de som, outros sentavam-se no chão, bebiam e fumavam. Às 19h30 daquele dia, num gramado bem perto do lugar reservado aos oradores, e também nos mezaninos do prédio, dezenas de alunos esfarelavam maconha nas mãos, enrolavam cigarros e tragavam à vontade. A polícia não apareceu no local.
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