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Youssef ganhava ‘muito dinheiro’ com Costa, diz contadora à Justiça

Testemunha-chave das investigações sobre o bilionário esquema de desvios operado pelo doleiro, Meire Poza disse que a dupla se reunia com frequência

Por Da Redação
10 set 2014, 08h34

Em depoimento à Justiça Federal a contadora Meire Poza declarou que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa fazia reuniões com o doleiro Alberto Youssef na sede da GFD Investimentos – empresa de fachada por meio da qual, segundo a Polícia Federal, Youssef direcionava o pagamento de propinas a políticos e fazia remessas de valores para o exterior. “O comentário na GFD era que o Alberto ganhava muito dinheiro a partir dessa relação com Paulo Roberto”, disse a ex-contadora do doleiro, que está colaborando com as investigações. Em acordo de delação premiada, Costa também decidiu contar o que sabe – Sergio Cabral, Roseana Sarney, Eduardo Campos, Renan Calheiros e Edison Lobão estão entre os citados nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras, como mostra reportagem de VEJA desta semana.

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Meire é considerada testemunha-chave da Operação Lava-Jato da PF, que levou Youssef à prisão em março. Em entrevista a VEJA, ela contou um pouco do que presenciou durante os mais de três anos em que prestou serviços ao doleiro. Meire era responsável por manusear notas fiscais frias, assinar contratos de serviços que jamais foram feitos e montar empresas de fachada destinadas à lavagem de dinheiro. Nesse período, ela viu malas de dinheiro saindo da sede de grandes empreiteiras e chegando às mãos de notórios políticos.

A contadora depôs na semana passada como testemunha em uma das ações penais contra Costa. Questionada se o ex-diretor da Petrobras ia à GFD, afirmou: “Eu o vi. Na maioria das vezes quando ele estava lá, não sei precisar quantas vezes ia lá, ficava com Alberto. A gente não tinha contato com ele na GFD”. Meire disse que os encontros ocorreram em 2013. Ela não soube informar se o doleiro e Costa se reuniam em outro endereço de Youssef. Meire disse que o doleiro presenteou Costa com um Range Rover. “Eu soube dessa história do carro que Alberto teria dado de presente para Paulo Roberto. O comentário é que teria sido presente.”

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Em abril, reportagem de VEJA mostrou que Costa e Youssef tinham mais intimidade do que se pensava. A Polícia Federal apreendeu a cópia de uma declaração no mínimo inusitada. Com a firma reconhecida em cartório, o doleiro Youssef declarou em 29 de abril do ano passado que Paulo Roberto Costa morava em sua residência, na Rua Afonso Braz, número 747, apartamento 111A, em São Paulo. Paulo Roberto Costa, diz Youssef na declaração, “reside comigo desde janeiro de 2011 no endereço acima citado”.

Meire relatou que Waldomiro de Oliveira, apontado como laranja de Youssef na MO Consultoria, um dia a convidou para acompanhá-la à sede da Sanko-Sider Produtos Siderúrgicos. “Ele (Waldomiro) disse que tinha um valor, cento e poucos mil, para receber”. O Grupo Sanko, via assessoria de imprensa, divulgou nota sobre o testemunho. “Sólida argumentação, acompanhada de vasta documentação comprobatória e, ainda, depoimentos de testemunhas idôneas estão sendo apresentadas em juízo”, diz o texto. “A lisura de toda a atividade comercial desenvolvida pela empresa vem sendo reiteradamente confirmada. A Sanko-Sider atua com reconhecida responsabilidade e ética há 18 anos nesse mercado e repudia veementemente qualquer afirmação, seja de quem for, que tente associá-la a atos e atividades com as quais não tem nenhuma relação.”

(Com Estadão Conteúdo)

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