Cabral sobre a Delta: “Não temo quebra de sigilo”
Governador do Rio afirma que jamais favoreceu empresas e elogia trabalho dos parlamentares, que até agora pouparam os governadores
Durante a inauguração de mais uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Complexo do Alemão, o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) afirmou, nesta quarta-feira, que não teme a quebra de sigilo da construtora Delta, aprovada ontem pela CPI do Cachoeira. Os parlmentares reúnem-se hoje para discutir a convocação de Cabral e também dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF).
“Não tenho nenhum temor da quebra de sigilo de empresa A, B ou C. Mas há que se respeitar o governador do estado do Rio de Janeiro por tudo o que fizemos”, afirmou Cabral, destacando que não teve o nome citado nas 250 mil horas de escutas telefônicas da Operação Monte Carlo.
A pergunta sobre o possível temor em relação à quebra de sigilo da Delta irritou Cabral, que chegou a acusar um jornalista de “falta de respeito”. “Eu acho isso até um desrespeito seu. Uma coisa é a relação que tenho com qualquer empresário. Outra coisa é favorecimento. Essas ilações são um desrepeito comigo e com os meus secretarios”, disse o governador.
Cabral afirmou que jamais deu qualquer instrução aos seus secretários para beneficiarem a Delta ou qualquer outra empresa. “O maior legado dos meus cinco anos de governo foi ter dado autonomia aos secretários. Eles têm autonomia para nomear auxiliares e tomar suas decisões administrativas. Foi assim na segurança pública, nas obras, no meio ambiente… Então, a impessoalidade marcou o meu governo. Jamais um secretário meu recebeu qualquer tipo de ligação minha ou pedido para nomear alguém ou beneficar qualquer empresa. Por isso, temos ‘investment grade'”, afirmou.
Poupado até agora pela CPI, Cabral elogiou o trabalho dos parlamentares. “Você não pode transformar uma CPI em palanque político em um ano eleitoral. E os parlamenares têm sido muito responsáveis”, avaliou Cabral. O governador do Rio também demonstrou apoio ao colega Marconi Perillo. “No nosso governo, não há problema. O governador Perillo tem as relações dele e eu as minhas. Eu respeito”, disse.
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