Brasil clama por liderança jovem como Aécio, afirma FHC
Ex-presidente ganhou destaque no evento partidário que confirmou a candidatura de Aécio Neves à presidência da República
Aclamado na convenção nacional do PSDB neste sábado em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que a saturação do governo federal, comandado por petistas há quase 12 anos, pode ser superada por uma “liderança jovem” como o senador Aécio Neves. Apoiador de primeira hora do nome de Aécio para a disputa pelo Palácio do Planalto, FHC ganhou destaque no evento partidário que confirmou a candidatura do senador mineiro por 447 votos – houve três votos em branco e um nulo.
“O Brasil clama por uma liderança jovem que sinta mais de perto o clamor das ruas e se dedique ao povo brasileiro. Ele tem essa qualidade e tem espontaneamente essa capacidade. Ele tem capacidade de discernir quem é bom e quem não é bom, sabe delegar e cobrar resultado”, disse o ex-presidente.
“Não adianta mais repetir o que sabemos que não é certo. Sentimos que a mudança está começando a se concretizar. A mudança em política não é uma mudança só, é uma mudança encarnada nas pessoas, e hoje a pessoa é Aécio neves, que encarna esse sentimento em cada um de nós”, completou.
Ao contrário das campanhas passadas do PSDB, que tentaram “esconder” o ex-presidente e não discutir o legado dos oito anos de governo tucano, a orientação da campanha de Aécio é para destacar políticas de FHC, incluindo a privatização do setor de telefonia e a criação de políticas assistenciais de distribuição de renda.
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Petrobras – Em seu discurso durante a convenção, o ex-presidente criticou os recentes escândalos envolvendo petistas, como a má gestão da Petrobras, que teve um prejuízo bilionário com a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e o caso, revelado por VEJA, de tráfico de influência do deputado André Vargas (ex-PT-PR) em favor do laboratório de fachada Labogen, empresa do grupo do doleiro Alberto Youssef.
“Queríamos transformar a Petrobras de uma repartição pública em uma grande empresa. Nunca poderíamos imaginar [os escândalos envolvendo a estatal]. De vez em quando também se ouve um respingar de Labogens no Ministério da Saúde”, comentou.
A exemplo do que havia declarado o ex-governador José Serra, FHC afirmou que “o partido está totalmente unido com seus companheiros de outros partidos e com o povo brasileiro, que hoje percebe que a história passa pelas veias, coração e trabalho de Aécio Neves”. “A caminhada do Aécio daqui para diante vai ser de mãos juntas. Não queremos os corruptos, os ladrões, os farsantes e os que ficam empulhando. O povo quer um futuro diferente”, disse.
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Na convenção, Aécio Neves foi apresentado como um candidato novo, embora com cerca de 30 anos de vida pública. Aliados do tucano defenderam o PSDB como alternativa aos 12 anos de hegemonia petista em nível federal.
“Estamos vivendo um momento de tragédia brasileira. Aquela campanha que mostram na TV não é o Brasil real. Em São Paulo estamos há quase 20 anos no poder e o Brasil percebeu o que está dando certo. O Brasil vai voltar a confiar no PSDB e dizer que o Brasil também vai dar certo”, disse o deputado Vanderlei Macris.
“Ninguém aguenta mais, estamos por aqui com o PT, com seu jeito autoritário de governar, com sua maneira despótica de tratar adversários e aliados, com propaganda mentirosa que nos vende um país que não existe. A presidente Dilma desperdiçou o apoio popular que tinha e não temos mais nada a esperar desse governo”, completou o senador Aloysio Nunes Ferreira.
“Esse governo que esta aí é um governo que nada guardou para o futuro, só fez desfrutar das coisas boas do governo do PSDB. É um governo de cigarras que não param de cantar nos palanques, nas rádios e na propaganda interminável enquanto os brasileiros trabalharam como formigas durante 12 anos nesse longo inverno”, afirmou o deputado Antonio Imbassahy.