Barragens não serão mais monitoradas por mineradoras
Modificações na legislação ambiental passaram a ser discutidas depois do rompimento de barragem na cidade mineira de Mariana
O monitoramento de barragens de rejeitos de minério de ferro deixará de ser feito pelas empresas do setor e será transferido para órgãos estatais ambientais como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e secretarias estaduais. Hoje, o acompanhamento das estruturas fica exclusivamente a cargo das mineradoras.
Uma reunião em Brasília entre ambientalistas, Ministério Público e representantes dos governos estaduais com a ministra no Meio Ambiente, Izabella Teixeira, discute a mudança.
A informação é do subsecretário de Licenciamento Ambiental de Minas Gerais, Geraldo Abreu, que participa da reunião. “Pela proposta, as empresas continuariam encarregadas de implantar o sistema de monitoramento, mas o acompanhamento ficará a cargo do poder público”, afirmou. “Em pleno século XXI, quando qualquer cidadão pode ser monitorado em qualquer lugar que esteja, é complicado pensar que isso não pode ser feito com represas de rejeitos de minério de ferro.”
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Modificações na legislação ambiental passaram a ser discutidas depois do rompimento da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, na cidade de Mariana, em Minas Gerias, que destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em 5 de novembro de 2015. Até o momento, foram confirmadas 17 mortes na tragédia. Duas pessoas ainda estão desaparecidas.
Uma das causas do rompimento pode ter sido colapso da estrutura, conforme investiga o Ministério Público Estadual de Minas Gerais. Depois da queda da barragem, ficou constatado nas apurações dos promotores que a barragem de Germano, que também pertence à mineradora Samarco, apresentava rachaduras e passa por reparos.
(Com Estadão Conteúdo)