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Bacia do Rio Paraíba pode secar em oito meses

Simulações indicam que nível pode chegar a 1,8% em novembro; Sistema Cantareira está com 13,3% da capacidade

Por Da Redação
3 abr 2014, 10h26

O Rio Paraíba do Sul, de onde o governo de São Paulo pretende transpor água para o Sistema Cantareira, também atravessa uma crise de estiagem que pode deixá-lo com apenas 1,8% da capacidade já em novembro. Essa informação consta em um relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) finalizado em março. O nível previsto seria o mais baixo da história dos reservatórios que abastecem a região do Vale do Paraíba e 80% do Estado do Rio de Janeiro.

O cenário é resultado de uma simulação feita pelo ONS com base na pior seca já registrada na região, em 1955, e vazão de 190.000 litros por segundo. Dessa forma, a bacia entraria em colapso em oito meses, segundo o relatório de condições hidrológicas e de armazenamento.

“Por sua posição estratégica para a segurança do abastecimento da Região Metropolitana do Rio, a bacia do Rio Paraíba do Sul merece uma especial atenção no que tange à gestão de recursos hídricos”, aponta o ONS, órgão responsável pelo controle da operação da geração e transmissão de energia elétrica do país. Mesmo considerando a redução das vazões, que poderia afetar o abastecimento no Rio, as simulações mostram cenários alarmantes, com o volume dos reservatórios entre 6,6% e 13,7% em novembro.

Segundo o documento, as quatro represas que formam a bacia do Paraíba do Sul estavam com 40,7% da capacidade no fim de março, um dos mais baixos dos últimos anos. O recorde negativo foi registrado em novembro de 2003, quando os reservatórios tinham apenas 14,2% da capacidade. Um deles é o Jaguari, em Igaratá, no Vale do Paraíba – represa da qual o governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer transpor água para o Cantareira.

Nesta quinta-feira, o principal manancial paulista, que abastece 47% da Grande São Paulo e a região de Campinas, manteve o nível registrado de 13,3% da capacidade. Segundo estimativa da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o volume útil do Cantareira pode se esgotar já em 21 de junho. Em vista disso, a empresa terá de captar água do chamado volume morto, reserva que fica abaixo do nível das comportas, para evitar o racionamento de água generalizado.

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Projeto – Pensando na recuperação do Cantareira que Alckmin anunciou, há duas semanas, o projeto de transposição de água do Jaguari para a represa Atibainha, em Nazaré Paulista, um dos cinco reservatórios do manancial. O projeto causou uma troca pública de farpas com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que teme impacto da transposição no abastecimento fluminense. Orçado em 504 milhões de reais, o projeto está previsto apenas para o fim de 2015 e ainda está sendo debatido com a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que controlam as operações envolvendo o Rio Paraíba do Sul, que é federal.

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Alckmin voltou a defender o projeto nesta quarta-feira e disse que uma alternativa a ele seria construir um novo reservatório que teria um custo social, econômico e ambiental. “É importante esclarecer que São Paulo não pretende tirar água do Rio Paraíba”, disse. “Não tem nada a ver com o Rio de Janeiro, porque o Rio de Janeiro tem vazão mínima garantida pela ANA. Ninguém pode mudar isso.”

Após desentendimento com Cabral, Alckmin disse que é preciso “deixar de lado as paixões políticas” e “ter muito espírito de estudo”. Técnicos dos dois governos deverão discutir o projeto.

(Com Estadão Conteúdo)

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