O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, parece ter aperfeiçoado o dom da retórica, até por uma questão de necessidade e urgência. Na mesma medida que a invasão russa se intensifica, o ex-comediante discursa para aliados a fim de angariar mais apoio à causa de seu povo – além, claro, de mais ajuda financeira e militar. Nesta terça-feira, 15, ele falará ao Parlamento do Canadá. Na quarta-feira, é a vez do Congresso dos Estados Unidos.
Na semana passada, Zelensky falou ao Parlamento do Reino Unido e relembrou as palavras de Winston Churchill durante a Segunda Guerra Mundial. Na quarta, ele discursará para integrantes da Câmara e do Senado dos EUA, em um evento que será transmitido ao vivo para o público. As autoridades de Israel estão na lista de espera, também.
A conversa com as autoridades americanas ocorre no momento em que os ucranianos lutam pela sobrevivência de seu país na escalada da guerra, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, intensifica os ataques aéreos à capital, Kiev, e outras cidades. Espera-se que Zelensky volte a pedir ajuda militar, com o envio de armas, aviões e também a tão ansiada zona de exclusão aérea.
Além disso, o líder ucraniano deve reforçar a necessidade de ajuda financeira para reconstruir o país. Recentemente, o Congresso dos EUA aprovou um pacote emergencial de 13,6 bilhões de dólares em ajuda militar e humanitária para a Ucrânia.
No início do mês, o presidente ucraniano já havia feito um apelo a deputados e senadores americanos. Queria apoio aéreo para combater os russos, incluindo a transferência de caças MiG da Polônia. No entanto, o Pentágono achou por bem não acatar o pedido, com receio de aumentar as tensões com os russos.
Segundo Nancy Pelosi, a presidente da Câmara, o líder ucraniano pediu a reunião no final da semana passada. “O Congresso, nosso país e o mundo estão admirados com o povo da Ucrânia”, disseram Pelosi e o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, por meio de um comunicado, emitido na segunda. No texto, ambos afirmam que o Congresso continua inabalável no “compromisso de apoiar a Ucrânia enquanto enfrenta a agressão cruel e diabólica de Putin”.