O governo de Xangai, na China, anunciou nesta segunda-feira, 16, que deve encerrar as medidas de restrição contra a Covid-19 em 1º de junho, após mais de seis semanas de duras medidas devido a um surto local, prejudicando fortemente a economia do país.
No cronograma mais claro até o momento, o vice-prefeito da cidade, Zong Ming, disse que reabriria Xangai em etapas, com restrições de movimento em grande parte permanecendo em vigor até 21 de maio, antes de uma flexibilização total.
“De 1º de junho até o final do mês, desde que os riscos das infecções sejam controlados, iremos normalizar a situação para retornar a uma vida normal”, disse.
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Segundo ele, a cidade começou a reabrir supermercados e farmácias já nesta segunda e, mais para frente, voos domésticos serão retomados de maneira gradual. No entanto, moradores irão precisar apresentar um teste com resultado negativo para a Covid para utilizar os transportes públicos.
Apesar do anúncio, uma parcela da população local enxerga a situação com ceticismo devido a repetidas mudanças de prazos para o fim das restrições. As medidas, cada vez mais fora de sintonia com o resto do mundo, também estão causando ondas de choque nas cadeias de suprimentos globais e no comércio internacional.
Os casos na China começaram a aumentar em março, logo se transformando na pior crise sanitária que o país viu desde o surto inicial em Wuhan, no início de 2020. Ao longo da pandemia, a China manteve uma estratégia de “Covid zero”, aplicando testes em massa, quarentenas e fechamento de fronteiras para conter o vírus. Mas a chegada da variante Ômicron, altamente infecciosa, fez o país mais populoso do mundo retornar à situação de calamidade, com o vírus se espalhando novamente por diferentes cidades e províncias.
O bloqueio total de Xangai causou uma série de problemas econômicos em vários setores e aumentou os temores de que a economia nacional possa encolher no segundo trimestre.
Dados divulgados nesta segunda mostram que a produção industrial e as vendas no varejo da China caíram em abril no ritmo mais rápido em mais de dois anos, abaixo das expectativas. A companhia aérea China Eastern Airlines, com sede na cidade, disse que o número de passageiros caiu 90,7% em abril em relação ao ano anterior.
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De acordo com especialistas, é esperada uma melhora em maio, principalmente pelo fato de que o governo e o banco central devem implementar mais medidas de estímulo para acelerar as coisas. No entanto, a força desse crescimento segue incerta devido à política de “Covid zero” implementada pelo governo chinês.
A cidade de Xangai registrou menos de 1.000 novos casos do coronavírus em 15 de maio, data do último registro, todos dentro de áreas sob os controles mais rígidos. Nas regiões mais livres, monitoradas para avaliar o progresso na erradicação do surto, nenhum novo caso foi encontrado pelo segundo dia consecutivo.