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WikiLeaks: Para os EUA, Brasil oculta prisão de terroristas

Segundo relatório de embaixador, vários eram detidos sob outras acusações

Por Da Redação
29 nov 2010, 14h04

Os documentos diplomáticos secretos dos EUA divulgados pelo site WikiLeaks e que vêm provocando situações embaraçosas para a Casa Branca desde o último domingo também envolvem o Brasil. Os arquivos revelam que as autoridades do país prenderam “vários indivíduos engajados em supostas atividades de financiamento do terrorismo”, mas basearam sua detenção em acusações diferentes para “não chamar a atenção da mídia e dos altos representantes governamentais”. As informações estão contidas em um relatório enviado pelo então embaixador da missão americana no Brasil, Clifford Sobel, às autoridades americanas em 8 de janeiro de 2008, sobre a política brasileira em relação ao combate ao terrorismo.

No despacho, o embaixador afirma que o governo do Brasil é “um parceiro cooperativo” contra atividades terroristas, apesar de não gostar de tornar o assunto público. Segundo o documento, o Brasil colabora e inclusive “prende com frequência indivíduos ligados ao terrorismo”. Por outro lado, o despacho afirma que o tema é tratado com cuidado no país, em parte pelo “medo de estigmatizar a grande comunidade muçulmana no Brasil”, ou de “prejudicar a imagem da área como um destino turístico”. O texto afirma que a postura pública brasileira busca “evitar parecer com o que é visto como uma política agressiva dos EUA de guerra ao terrorismo”.

O documento afirma que os mais altos órgãos do governo brasileiro, “particularmente o Ministério das Relações Exteriores”, são “extremamente sensíveis a quaisquer alegações de que terroristas tenham uma presença no país – seja para levantar fundos, arranjar logística ou mesmo transitar pelo território – e irão rejeitar vigorosamente quaisquer declarações” nesse sentido sobre o tema.

Monitoração – O despacho diz que a Polícia Federal prendeu no ano anterior (2007) suspeitos de financiar o terror, mas que foram acusados por vínculos com o narcotráfico, entre outros. O documento afirma que também a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) “monitora as atividades desses supostos extremistas”.

Segundo o texto, “a principal preocupação, tanto para funcionários brasileiros, quanto para a missão dos EUA no Brasil, é a presença de atividades de indivíduos com vínculos com o terrorismo – particularmente vários suspeitos extremistas sunitas e alguns indivíduos ligados ao Hezbollah – em São Paulo e outras áreas do sul do Brasil”. A área que mais domina a cobertura jornalística nacional sobre a suposta presença de extremistas é a Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai.

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Vazamento – Os relatórios são parte dos mais de 250.000 documentos vazados pelo WikiLeaks e publicados no domingo pelos jornais The New York Times (EUA), The Guardian (Reino Unido), Le Monde (França), El País (Espanha) e Der Spiegel (Alemanha). O material se refere a informações diplomáticas obtidas desde a década de 1960 até fevereiro deste ano.

O WikiLeaks é um site que se dedica a revelar documentos militares secretos dos EUA e de outros países. Neste ano, o site divulgou cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra do Iraque. Antes disso, o WikiLeaks já havia divulgado 90.000 relatórios confidenciais sobre abusos cometidos no Afeganistão.

(Com agências Estado e Reuters)

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