Violência no Equador faz ao menos 13 mortos e 70 suspeitos são presos
Governo mobilizou o Exército para neutralizar mais de 20 gangues criminosas, após presidente declarar 'conflito interno armado'
O Equador vive um cenário de guerra desde a noite de 8 de janeiro, quando o criminoso “mais procurado” do país escapou da prisão. Isso fez o presidente Daniel Noboa decretar estado de “Conflito Armado Interno” em todo o território nacional. No primeiro dia sob o decreto, na terça-feira 9, pelo menos 40 eventos violentos foram registrados, ao menos 13 pessoas morreram e cerca de 70 foram presas.
Os eventos registrados nas últimas 24 horas incluem carros-bomba, sequestro de policiais nas ruas, a fuga de outro criminoso altamente perigoso e um ataque a um estúdio de televisão estatal, no meio de uma transmissão ao vivo. Em resposta, Noboa ordenou que a Forças Armadas realizassem operações militares no país.
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Terrorismo
O Decreto 111, de estado de “Conflito Armado Interno”, indicou que todos os acontecimentos violentos do dia “se configuram como uma ameaça terrorista contra os pilares da soberania do Estado e da integridade territorial”.
Com base nisso, declarou as gangues Águilas, ÁguilasKiller, Ak47, Caballeros Oscuros, ChoneKiller, Choneros, Covicheros, Cuartel de las Feas, Cubanos, Fatales, Gánster, Kater Piler, Lagartos, Latin Kings, Lobos, Los p.27, Los Tiburones, Mafia 18, Mafia Trébol, Patrones, R7, Tiguerones como atores beligerantes não estatais e como organizações terroristas.
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Balanço da resposta do exército
A polícia equatoriana prendeu 14 pessoas suspeitas de participar de atos violentos em Guayaquil. Por sua vez, a Procuradoria do Equador anunciou que processará treze pessoas, por crime de terrorismo, devido à invasão armada ao estúdio da TC Televisión.
Além disso, na noite de terça, a Polícia e a Marinha informaram que resgataram três agentes da polícia raptados em Machala na véspera. Segundo informações oficiais, há 10 suspeitos detidos por envolvimento no sequestro. Ainda há outros quatro policiais cativos.
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Da mesma forma, guardas continuam mantidos como reféns em pelo menos cinco prisões. As autoridades não informaram a situação destes agentes penitenciários nem quantos foram detidos. Extraoficialmente, sabe-se que cerca de cem guias foram sequestrados dentro dos presídios.
Em Esmeraldas, no norte do país, onde foram registrados carros-bomba e carros queimados, a polícia prendeu 12 pessoas. Também em Napo, no Amazonas, dois suspeitos foram presos por atear fogo a um caminhão. Outras prisões ocorreram em Quito e em outras cidades do país. A Secretaria de Comunicação da Presidência garantiu que nesta quarta-feira, 10, será divulgado um relatório completo sobre os acontecimentos ocorridos no país.