Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Detentos fazem motim em prisões e carros-bomba explodem no Equador

Ao menos 57 policiais foram feitos reféns; Autoridades dizem que protestos são 'resposta às intervenções da polícia nos centros de detenção'

Por Da Redação
1 set 2023, 16h10

Prisioneiros de seis prisões no Equador fizeram 57 guardas prisionais e policiais reféns nesta sexta-feira, 1, em protesto contra as operações de segurança nas penitenciárias. O motim ocorre em meio a um dia violento devido à explosão de dois carros-bomba na capital Quito.

Anteriormente, o ministro do Interior, Juan Zapata, tinha indicado que todos os guardas estavam detidos na prisão de Cuenca, onde os detentos protestam desde a última quarta-feira contra a repressão policial. No mesmo dia, centenas de soldados e policiais realizaram uma operação de busca de armas, munições e explosivos em uma prisão na região andina de Latacunga, uma das principais do país e palco de frequentes assassinatos entre presidiários – lá, ocorreram mais de 430 mortes desde 2021.

“Este evento seria uma resposta dos grupos criminosos às intervenções da força pública nas prisões do país, cujo objetivo é o confisco de objetos proibidos que são utilizados em atos violentos”, afirmou órgão regulador das prisões do Equador, SNAI.

As hipóteses sobre o motivo do motim vêm mudando ao longo do dia. Num primeiro momento, o SNAI indicou que se tratava de uma represália à “intervenção” da força pública. Posteriormente, as autoridades indicaram que se trata de um protesto contra a transferência dos detentos para outras prisões, com objetivo de separar grupos criminosos.

+ Equador: a democracia resistirá?

Também houve uma tentativa de motim no centro correcional juvenil “Virgilio Guerrero” de Quito, onde adolescentes provocaram um incêndio no segundo e terceiro andares do edifício.

De acordo com o SNAI, um força tarefa unindo militares e a polícia está sendo treinada para lidar com os protestos. Diante dos sangrentos confrontos nas prisões entre organizações aliadas aos cartéis mexicanos e colombianos, o presidente Guillermo Lasso decretou estado de emergência em todo o sistema penitenciário por 60 dias, o que possibilita a ação do exército nos centros de detenção.

Esses episódios fazem parte da crescente onda de violência em que o Equador está imerso, que fez com que o país passasse de 5,8 para 25,32 homicídios a cada 100 mil habitantes apenas em cinco anos, o maior número de sua história. Gangues ligadas ao tráfico de drogas travam uma guerra por poder no país e usam as prisões como centros de operações.

Além dos motins, as autoridades equatorianas também tiveram que lidar com dois carros-bomba que explodiram na capital, Quito. Segundo a polícia, o veículo causou danos ao edifício do Serviço de Atenção Integral, entidade responsável pelas prisões.

Continua após a publicidade

+ Equador aprova fim da exploração de petróleo em parte da Amazônia

O ataque aconteceu poucas horas depois do primeiro, com um carro-bomba que explodiu em frente ao Ministério da Mulher. A distância entre os locais das duas explosões é de menos de 2km, e os incidentes não deixaram vítimas.

“Esses dois carros-bomba que foram colocados à noite na capital (Quito) são ações de intimidação ao Estado para nos impedir de continuar cumprindo o papel das Forças Armadas e da Polícia no controle dessas prisões”, afirmou Wagner Bravo, secretário de Segurança em entrevista à rádio equatoriana FM Mundo.

A polícia informou que prendeu seis pessoas relacionadas ao primeiro carro-bomba, entre elas cinco equatorianos e um colombiano. A corporação também garantiu que está investigando os mandantes dos ataques.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.