Um grupo de homens armados e com o rosto coberto invadiu os estúdios do canal de TV TC Televisión, na cidade de Guayaquil, no Equador, nesta terça-feira, 9. Os homens, que afirmaram que deixaram três bombas na entrada da emissora, foram capturados pela polícia pouco depois.
Segundo a mídia equatoriana, um dos homens pôs uma arma no pescoço de um dos apresentadores rendidos durante o ataque televisionado. A confirmação do artefato explosivo e dos reféns foi dada pelo equatoriano El Universo, que confirma também a entrada de cerca de 10 pessoas nas instalações do programa El Noticiero.
Terrorismo en Ecuador. Pasa a este hora en el canal de TV @tctelevision están en vivo en Guayaquil, hombres encapuchados se metieron a las instalaciones tienen armas. Están en vivo pic.twitter.com/6zH6MKAATx
— Andrea Bernal (@andrebernal26) January 9, 2024
Conflito armado interno
Esse é mais um episódio da crise de segurança pública que se instaurou no país latino-americano há dois dias, após o governo decretar estado de exceção pela fuga da prisão de um poderoso líder de uma organização criminosa. Desde então houve uma série de ataques, que incluem explosões e sequestros de policiais.
+ Criminoso ‘mais procurado’ do Equador desaparece da prisão
O presidente do Equador, Daniel Noboa, atualizou o decreto com a escalada da violência. Agora, ele anuncia que eles estão em “conflito armado interno” contra as facções criminosas. A medida permite que o Exército e a Polícia Nacional entrem de vez no jogo, além de identificar 22 grupos como terroristas e “atores beligerantes não estatais” e determinar que as Forças Armadas “neutralizem os criminosos, respeitando os direitos humanos”.
He firmado el decreto ejecutivo declarando Conflicto Armado Interno e identifiqué a los siguientes grupos del crimen organizado transnacional como organizaciones terroristas y actores no estatales beligerantes: Águilas, ÁguilasKiller, Ak47, Caballeros Oscuros, ChoneKiller,… pic.twitter.com/rVfSTFmHlG
— Daniel Noboa Azin (@DanielNoboaOk) January 9, 2024
Fuga de criminoso
O “prisioneiro mais procurado” do Equador, José Adolfo Macias, que lidera a facção criminosa Los Choneros, teria fugido da prisão onde estava detido. Ele cumpria pena de 34 anos de prisão, sentenciada em 2011, por vários crimes, incluindo tráfico de drogas e homicídio.
A organização criminosa liderada por Macias é acusada de comandar as principais penitenciárias do país e está atrelada a casos de extorsão, assassinato e narcotráfico.
A crise que hoje ganha as ruas já era vivida nas prisões do país. Em cadeias superlotadas, reina o conflito entre organizações rivais do crime. Mais de 400 pessoas morreram em casos de violência nas prisões desde 2021, de acordo com os dados oficiais.