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Venezuela: Maduro acusa Guaidó de complô para assassiná-lo

"O fantoche diabólico acabou de desmantelar um plano, que ele pessoalmente dirigiu, para me matar", afirmou o líder chavista

Por AFP 24 mar 2019, 08h59
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  • O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou neste sábado 23 o líder da oposição Juan Guaidó e seu partido político de um complô fracassado para assassiná-lo e advertiu que não perderá o pulso para fazer justiça.

    “O fantoche diabólico acabou de desmantelar um plano, que ele pessoalmente dirigiu, para me matar”, disse Maduro diante de milhares de chavistas que marcharam para o palácio do governo em Caracas, referindo-se a Guaidó, chefe do Parlamento reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da nação do petróleo.

    Maduro descreveu o partido de Guaidó, Vontade Popular, fundado pelo líder da oposição em prisão domiciliar, Leopoldo López, como um “grupo terrorista” que “maneja milhões de dólares” nesta conspiração. “Não vamos perder o pulso para que esses criminosos sejam presos um a um”, advertiu.

    Maduro assegurou que os fundos venezuelanos bloqueados por Washington e entregues ao líder parlamentar para financiar o complô, que, segundo o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, incluiu “assassinatos seletivos” e “sabotagem” aos serviços público.

    Mais cedo, Rodriguez, disse em comunicado televisionado que “informações de inteligência” revelaram que “assassinos contratados” recrutados em El Salvador, Guatemala e Honduras foram enviados para a vizinha Colômbia para entrar na Venezuela.

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    Rodriguez acusou Roberto Marrero, chefe de gabinete de Guaidó, de atuar como “grande organizador” da suposta operação, que teria como objetivos – entre outros – executar “assassinatos seletivos” e “sabotagem” de serviços públicos.

    O funcionário divulgou capturas de tela de supostas conversas via WhatsApp entre Marrero e Guaidó em que ele teria coordenado o uso de 1 bilhão de dólares, vindo de fundos bloqueados por sanções, para financiar grupos irregulares com o apoio do governo do presidente colombiano Ivan Duque.

    Lendo um fragmento desses supostos contatos, Rodriguez disse que Marrero se comunicou com Guaidó depois de se comprometer entregar “entre 500 e 700.000 dólares por dia” a “assassinos”.

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    “Sr. Marrero disse ao senhor Guaidó: ‘Pergunte a Duke’, assumimos que se refere a Iván Duque (…), ‘uma ONG para canalizar os fundos'”. O ministro denunciou que as contas do Banesco Panamá e do Bank of America seriam usadas para esse fim.

    Ao reafirmar a denúncia de Rodríguez, Maduro anunciou que um chefe paramilitar colombiano foi capturado na Venezuela e que seu depoimento apresenta “provas”. Rodríguez o identificou como Wilfrido Torres.

    ‘Não vão nos intimidar’

    Guaidó pediu à comunidade internacional que mantenha a pressão contra o governo de Maduro com sanções internacionais, que, segundo Rodriguez levou ao bloqueio de cerca de 30 bilhões de dólares. Neste sábado, ele disse que não será intimidado, referindo-se à detenção de Marrero.

    “Estamos na rua e eles não vão nos intimidar”, disse durante uma manifestação em Barcelona (estado de Anzoátegui). No auge de sua popularidade e com amplo apoio internacional, Guaidó não conseguiu quebrar o ele de lealdade dos militares a Maduro.

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    No que ele chamou de “Operação Liberdade”, o líder da oposição percorre o país para preparar uma mobilização nacional em direção ao palácio presidencial de Miraflores, em data a ser definida.

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