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Venezuela denuncia ‘passividade’ do Brasil após invasão de embaixada

Regime chavista exige que governo brasileiro cumpra com sua obrigação de 'proteger sedes diplomáticas em qualquer circunstância'

Por Da Redação
Atualizado em 13 nov 2019, 17h13 - Publicado em 13 nov 2019, 17h10

O governo da Venezuela condenou nesta quarta-feira, 13, a “passividade das autoridades policiais brasileiras” e “seu desinteresse em cumprir suas obrigações de proteção” após a invasão da embaixada venezuelana em Brasília por representantes do opositor Juan Guaidó.

Em uma nota divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores, o governo venezuelano ainda exige do Brasil “o cumprimento de suas obrigações como Estado parte da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que estabelece a obrigação de proteger sedes diplomáticas em qualquer circunstância”.

Na madrugada desta quarta, representantes de Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, invadiram o prédio da embaixada. Segundo a Polícia Militar, os venezuelanos chegaram por volta das 4h da manhã e tentaram expulsar alguns funcionários do corpo diplomático leal a Nicolás Maduro que resistiram à entrada.

A embaixadora representante do governo de Guaidó no Brasil, Maria Teresa Belandria, afirmou que que um grupo de funcionários decidiu abrir as portas e entregar as chaves da representação diplomática voluntariamente.

Na nota, o ministro Jorge Arreaza afirma que a informação de que o grupo opositor teria sido convidado a entrar por funcionários que decidiram abandonar o apoio ao regime venezuelano é falsa e que essas alegações foram feitas para “diminuir a responsabilidade” dos atos cometidos.

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“A Venezuela alerta que as informações sobre os assaltantes que circula nas mídias é falsa, porque dão a entender que essas ações violentas e ilegais foram realizadas com o consentimento de funcionários da diplomacia venezuelana. Afirmação essa que carece absolutamente de toda a vericidade, buscando somente diminuir a responsabilidade dos atos cometidos”, diz a nota.

O governo brasileiro chamou de “invasão” a ocupação da embaixada e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou” os atos. Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República afirmou que as forças de segurança da União e do Distrito Federal estão tomando providências para que a situação “se resolva pacificamente e retorne à normalidade”.

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No Twitter, Bolsonaro também afirmou que o governo está tomando “as medidas necessárias para resguardar a ordem pública”.

Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela em janeiro deste ano, após declarar que Nicolás Maduro “usurpou” o poder ao fraudar a votação que levou a sua reeleição em 2018. Brasil, Estados Unidos e outras dezenas de países reconheceram o líder da oposição como presidente legítimo.

Esta é a primeira vez que os representantes de Guaidó entraram na embaixada, ainda controlada pelo chavistas, desde que presidente Bolsonaro aceitou as credenciais da equipe do opositor, no início do ano.

A diplomacia de Guaidó vinha tentando tomar o prédio e desalojar os funcionários enviados por Maduro – que não tem mais relacionamento diplomático com o Brasil.

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