O órgão eleitoral da Venezuela informou nesta quinta-feira que adiou a eleição presidencial deste ano de 22 de abril para a segunda metade de maio, após acordo entre o governo e alguns partidos de oposição.
As eleições presidenciais na Venezuela normalmente são realizadas no final do ano. Críticos vinham acusando as autoridades de antecipar a votação para prejudicar a oposição e beneficiar o presidente Nicolás Maduro em sua busca pela reeleição.
A mudança foi confirmada nesta quinta pelo ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez. No acordo lido na sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) “propõe-se que a realização de maneira simultânea das eleições para presidente da República, de conselhos legislativos estaduais e de conselhos municipais na segunda quinzena do mês de maio de 2018”.
Segundo Rodríguez também ficou estabelecido no acordo que uma missão de “acompanhamento e observação” eleitoral irá ao país, assim como a ativação de “todas as auditorias técnicas com os padrões (…) que se repetiram em todos os eventos eleitorais” na Venezuela.
Rodríguez assegurou ainda que o documento assinado é fruto de reuniões com a oposição que se estenderam desde a sexta-feira passada até ontem e das quais tomou parte, entre outros, o candidato opositor à presidência, Henrique Capriles.
O ministro, contudo, não explicou se, com a nova data, o registro eleitoral será aberto novamente e se novos candidatos serão aceitos.
A coalizão de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) anunciou dias atrás que não participaria das eleições como forma de protesto, pois considera o pleito “uma farsa” em que não há condições “justas” ou “transparentes”. A MUD, no entanto, havia cogitado participar do pleito caso o governo adiasse a votação e decidisse oferecer condições necessárias para eleições livres.
A MUD não anunciou mudança de sua posição até o momento.
(Com Reuters e EFE)