Valas em Tikrit podem conter corpos de soldados vítimas do EI
Acredita-se que até 1.700 corpos possam estar enterrados no local, descoberto após a libertação da cidade iraquiana do dompinio do Estado Islâmico
Valas comuns com centenas de corpos, provavelmente de soldados iraquianos, foram descobertas na recém-liberada cidade de Tikrit, que estava sob domínio dos jihadistas do Estado Islâmico (EI). Na segunda-feira, equipes forenses começaram a retirar os restos mortais das oito valas encontradas nos limites do palácio presidencial na cidade, onde as autoridades acreditam que ocorreu a maior parte dos assassinatos.
Os militantes do EI invadiram Tikrit em junho do ano passado e capturaram em torno de 1.700 soldados que estavam em um acampamento. Depois de violentos confrontos, as forças iraquianas e as milícias xiitas aliadas conseguiram retomar a cidade na semana passada. A reconquista teve ajuda de ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos, que não faziam inicialmente parte da operação.
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Kamil Amin, do Ministério de Direitos Humanos do Iraque, disse à agência de notícias Associated Press que pelo menos 12 corpos foram exumados na segunda-feira. Os testes de laboratório serão realizados a partir do DNA que já foi colhido em cerca de 85% das famílias das vítimas. “O trabalho vai continuar e esperamos descobrir mais valas comuns em outras áreas”, disse Amin. Um dos massacres ocorreu na cidade de Mosul, onde morreram cerca de 600 presos xiitas que estavam cumprindo penas por diversos crimes, de assassinato a crimes não violentos.
O complexo do palácio presidencial de Tikrit, terra natal do ditador Saddam Hussein, foi transformado em quartel do grupo terrorista Estado Islâmico depois da ocupação da cidade. Um soldado ouvido pela rede de televisão americana CNN disse que sobreviveu ao massacre fingindo que estava morto. Segundo ele, os soldados eram levados ao complexo, separados em grupos, executados e enterrados nas valas.
O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, informou que várias pessoas envolvidas nas mortes já foram capturadas. Famílias dos soldados desaparecidos vêm pedindo respostas do governo sobre o que aconteceu. Para al-Abadi, a resposta aos assassinatos deve passar longe da vingança.
(Da redação)