Médicos afirmam que, em questão de dias ou até mesmo de horas, as unidades de terapia intensiva dos hospitais de Paris, capital francesa, terão lotação esgotada, o que obrigará os médicos a fazer a chamada “escolha de Sofia”, tendo que decidir quem será intubado ou não, elevando o número de casos fatais. A intubação é o último recurso para salvar a vida do paciente quando o pulmão já está tomado pela infecção provocada pelo novo coronavírus.
As internações estão em ascendência, sem qualquer indicação de que irão arrefecer nas próximas semanas. Segundo a agência de notícias Associated Press, médicos estariam exortando as autoridades a colocar Paris em lockdown até que a ocupação nos leitos de UTI volte a níveis toleráveis. Em maio de 2020, o dr. Colin Cooke, da Universidade de Michigan, relatou que a mortalidade de intubados nos Estados Unidos era de 25% a 50%, dependendo de fatores como idade e existência ou não de comorbidade. Em outras palavras, pelo menos 1 em cada dois pacientes intubados tem chance de sobreviver ao procedimento. Já no Brasil, segundo pesquisa recente da Fiocruz, o índice seria pior, com 80% de mortalidade. Não se sabe por que o percentual brasileiro seria diferente.
A França registra até o momento mais de 94 mil mortes provocadas pela Covid-19, com duas mil pessoas falecendo diariamente. O toque de recolher noturno foi estabelecido em Paris, mas, até o momento, não foi aprovado novo lockdown. Quase 8 milhões de franceses foram inoculados com pelo menos uma dose da vacina contra o novo coronavírus, o que equivale a aproximadamente 15% da população adulta do país.