A votação presidencial no Irã teve início às 8 horas (0h30 em Brasília) desta sexta-feira, com mais de 50 milhões de eleitores, dois terços da população do país, sendo esperados nos locais de votação. A eleição vai determinar quem substituirá Mahmoud Ahmadinejad, cujo segundo mandato consecutivo – o limite permitido pela Constituição – termina em agosto.
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Também serão escolhidos 126.000 representantes nas eleições para os conselhos locais (tipo de câmara municipal). Pela primeira vez, elas ocorrem em conjunto com a escolha presidencial devido a um adiamento provocado pela decisão do Parlamento de aumentar os mandatos nos conselhos de quatro para sete anos. Mais de 60 000 centros eleitorais, com 130.000 urnas, foram instalados em todo o país para receber os votos de cidadãos maiores de 18 anos.
Dos oito candidatos a presidente inicialmente selecionados pelo Conselho de Guardiões, seis seguem na disputa – dois renunciaram em favor de outros nomes. Entre os candidatos que restaram, a maior parte é próxima ao líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei. Um candidato, Hassan Rohani é apoiado por reformistas, mas também é visto como uma figura do “establishment”.
Os candidatos linha-dura são o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Saeed Jalili; o assessor do aiatolá Khamenei, Ali Akbar Velayati; o prefeito de Teerã, Mohamad Bagher Qalibaf, e Mohsen Rezaei, secretário do Conselho do Discernimento, órgão de mediação entre o Parlamento e o Conselho de Guardiões – este último fiscaliza o cumprimento da lei islâmica.
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Como candidato de consenso dos reformistas ficou Hassan Rohani, que espera conseguir votos suficientes para forçar uma segundo turno com um dos ultraconservadores, que estão divididos entre o ultraconservador Jalili, que seria o preferido de Khamenei, e Mohamad Bagher Qalibaf, prefeito de Teerã.
Vários canais de televisão e agências iranianas preveem segundo turno, que será realizado no dia 21 de junho se nenhum dos candidatos superar 50% dos votos. O resultado, porém, é imprevisível na prática pela falta de institutos de pesquisa confiáveis. Os números devem ser divulgados pelo Ministério do Interior em menos de 48 horas.