Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

União Europeia adverte Ucrânia após mortes em protestos

Ao menos 4 manifestantes morreram baleados nas últimas 24 horas, depois que os conflitos com a polícia iniciados no domingo ficaram mais violentos

Por Da Redação
23 jan 2014, 04h21
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Pela primeira vez desde o início dos conflitos entre manifestantes e a polícia ucraniana, a cúpula da União Europeia (UE) se manifestou oficialmente sobre a crise na Ucrânia e advertiu as autoridades do país que a repressão do governo aos protestos e à liberdade de expressão pode resultar em “ações” da UE e ter “consequências” para as relações do bloco com Kiev.

    Publicidade

    As declarações foram emitidas após a escalada de violência nos confrontos e as mortes de ao menos quatro manifestantes nas últimas 24 horas – segundo os líderes dos protestos, todas as vítimas morreram baleadas quando enfrentavam a polícia nas ruas da capital.

    Publicidade

    “Estamos chocados com as últimas notícias da Ucrânia sobre as mortes de manifestantes e expressamos nossas mais profundas condolências às suas famílias. Nós deploramos nos termos mais fortes possíveis o uso da força e da violência, e convocamos as partes a começar a tomar medidas para acalmar a situação”, disse em comunicado o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Ele também ressaltou a responsabilidade das autoridades ucranianas de conter a violência e afirmou que as recentes restrições às liberdades fundamentais no país são preocupantes. “Estamos avaliando possíveis ações por parte da UE e consequências para nossas relações”, concluiu Barroso.

    A onda de protestos na Ucrânia, que começou em novembro após a recusa do governo de assinar um acordo de associação com a União Europeia, ganhou novo estímulo semana passada após a aprovação pelo Parlamento de medidas para coibir as manifestações. A maioria dos legisladores, alinhados ao presidente Viktor Yanukovych, deu mais poderes para a polícia, aprovou a prisão de quem comparecer a um protesto usando máscara ou capacete e proibiu acampamentos em espaços públicos. A oposição questiona ainda outro texto, que obriga ONGs beneficiadas com financiamentos ocidentais a se registrarem como “agentes do exterior”.

    Publicidade

    Leia também:

    Presidente diz que protestos são ameaça para “toda a Ucrânia”

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    A Alta Representante da União Europeia para Relações Exteriores, Catherine Ashton, também emitiu nota condenando o aumento da violência e exortou governo e líderes opositores a interromper os confrontos. “Violência não é a resposta para a crise política”, declarou Ashton, que ainda expressou sua preocupação com a restrição aos direitos dos manifestantes. “Os direitos de reunião dos cidadãos ucranianos, a liberdade de expressão e de imprensa devem ser totalmente respeitados e protegidos. Estou profundamente preocupada com os ataques a jornalistas e relatos de pessoas desaparecidas”.

    Negociação – Um dia depois de se negar a encontrar os líderes das três principais facções da oposição, o presidente Viktor Yanukovych se reuniu com os adversários políticos nesta quarta-feira. Segundo o site da Presidência ucraniana, foi um “primeiro passo” para o fim da crise. Compareceram ao encontro Vitali Klitschko, líder do partido Udar (“Soco”), Arseniy Yatsenyuk, do partido Batkivshchyna (“Pátria”), e Oleh Tiahnybok, do Svoboda (“Liberdade”).

    Publicidade

    Após a reunião, Klitschko, um ex-boxeador, disse em discurso aos manifestantes que o governo não deu nenhuma resposta às exigências dos opositores, como a revogação nas novas leis antiprotestos e eleições antecipadas. “Se o presidente não der um passo à frente amanhã (esta quinta-feira), nós vamos atacar”, convocou a multidão estimada em 50.000 pessoas.

    Yanukovich chamou os opositores para uma nova reunião nesta quinta, quando o primeiro-ministro Nikolai Azarov, cuja renúncia é exigida insistentemente pela oposição, retorna do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

    Publicidade

    Barricada – Na madrugada, os manifestantes impediram com uma grande barricada de fogo – alimentada com madeira, pneus e destroços de ônibus queimados – o avanço da polícia, que tenta desmontar o acampamento montado por eles na Praça da Independência, em Kiev.

    Enfrentando temperaturas que rondam os 10 graus Celsius negativos, os opositores, na maioria jovens, lançam com a ajuda de catapultas improvisadas coquetéis molotov, paralelepípedos e pedras contra as forças de segurança. A polícia tentou, em vão, apagar o fogo com a ajuda de um caminhão de água, mas os manifestantes não pararam de alimentar as chamas com todo tipo de objeto inflamável.

    Continua após a publicidade

    Saiba mais:

    Por que UE e Rússia querem tanto a Ucrânia?

    Ucrânia, um país com um histórico de tragédias

    O Ministério do Interior, que somente confirmou a morte de dois manifestantes, informou sobre a prisão de 70 pessoas durante os distúrbios que explodiram no domingo e são uma continuação dos dois meses de protestos pela decisão do governo ucraniano de suspender a assinatura do Acordo de Associação com a União Europeia.

    (Com agência EFE)

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.