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‘Último ditador da Europa’ é reeleito para sexto mandato na Bielorrússia

A decisão já era esperada, já que Alexander Lukashenko, de 65 anos, tem histórico de interferência em eleições

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 ago 2020, 19h06
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  • O ditador da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, foi reeleito nas eleições realizadas neste domingo, 9, com 79,7% dos votos, de acordo com as pesquisas de boca de urna. Segundo a agência estatal Belta, a candidata da oposição unificada, Sviatlana Tsikhanouskaya, alcançaria 6,8% dos votos, resultado distante do que os analistas previam.

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    A decisão já era esperada, já que Lukashenko, de 65 anos, é considerado o “último ditador da Europa” e tem histórico de interferência em eleições. No poder desde 1994, buscava um sexto mandato presidencial em uma eleição que pela primeira vez não contou com a presença de observadores ocidentais.

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    A Bielorrússia nunca foi governada por alguém que não Lukashenko. O ditador repercutiu na mídia nos últimos anos pelo seu negacionismo da pandemia da Covid-19, recomendando vodka e sauna no combate à doença.

    Embora Tsikhanouskaya tenha reunido dezenas de milhares de pessoas em seus comícios, Lukashenko alegou que uma mulher não poderia ser presidente da Bielorrússia e negou a opositora fosse sua “principal rival”. De acordo com as pesquisas, a terceira candidata, a ex-parlamentar Anna Kanopatskaya, teria recebido 2,3%; Andrei Dmitriev, co-presidente do Movimento “Diga a verdade!”, 1,1%, e Sergey Cherechen, líder social-democrata, 0,9%.

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    Bloqueio da internet e prisões

    O dia das eleições foi marcado pelo bloqueio da internet em todo o país, que a oposição considerou um estratagema para impedir a mobilização popular e uma contagem paralela dos votos. Apesar disso, a participação dos eleitores foi grande, com diversas filas nos colégios eleitorais, incluindo na embaixada da Bielorrússia em Moscou.

    Durante a campanha, a KGB prendeu dois dos principais candidatos da oposição e um terceiro teve de ir para o exílio, além de mais de 1.000 detidos, entre ativistas, observadores e repórteres. Além do impedimento da realização de comícios em Minsk na semana passada, dez colaboradores de Sviatlana Tsikhanouskaya, incluindo seu diretor de campanha, foram presos, alguns nas últimas horas.

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    Diante de apelos às redes sociais para irem às ruas quando chegar o fim a votação, Lukashenko alertou que não permitirá um “Maidan”, referindo-se à revolução na Ucrânia, enquanto Tsikhanouskaya exortou todos os cidadãos, “civis e de uniforme”, para não recorrer à violência.

    Em 2001, na primeira reeleição de Lukashenko, a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), entidade internacional que fiscaliza eleições no continente, denunciou “falhas fundamentais” no processo eleitoral, entre elas censura da mídia — a Bielorrússia ocupa a 153ª posição de 180 países no ranking de liberdade de imprensa feito pela organização Repórteres sem Fronteiras.

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    Casos de intimidação a opositores e de bloqueios arbitrários de candidaturas já aconteciam em 2001, segundo a OSCE.  Nas últimas eleições parlamentares, em 2019, fiscais da OSCE relataram urnas fraudadas e, em alguns casos, foram explicitamente impedidos de checá-las. Na ocasião, todos os 110 assentos da câmara baixa do Parlamento foram conquistados por apoiadores de Lukashenko.

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    (Com EFE e AFP)

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