Imagens aéreas feitas por um drone e publicadas no início desta semana mostram o momento em que um suposto tanque russo dispara contra um ciclista na cidade ucraniana de Bucha, ao norte de Kiev. A região é a mesma onde centenas de corpos foram encontrados, no último domingo, 3, muitos deles com sinais de torturas e de execuções sumárias.
New drone imagery shows Russian forces firing on a cyclists in Bucha, on Yablunska Street at 50.54148, 30.228898, where multiple corpses have been filmed and photographed https://t.co/1GPF9NJjcB pic.twitter.com/CBR3DnMyyq
— Bellingcat (@bellingcat) April 5, 2022
Segundo apuração feita pela rede CNN, o mesmo ciclista aparece morto ao lado de sua bicicleta em outro vídeo filmado no mesmo local. As imagens também mostram mais dois corpos e um rastro de destruição, que inclui edifícios danificados e carros queimados espalhados pelas ruas.
A cidade de Bucha foi atacada por tropas da Rússia durante semanas e, após libertação, foram encontrados centenas de corpos nas ruas. A Procuradoria-Geral da Ucrânia divulgou no domingo que 410 corpos foram encontrados nas ruas. As vítimas estariam trajando roupas civis e muitas estavam com as mãos atadas.
Em visita ao local nesta segunda-feira, 4, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou a situação como massacre contra a população civil e acusou a Rússia de genocídio. O chefe de Estado ucraniano afirmou que “todos os crimes dos ocupantes estão documentados”.
O governo russo nega categoricamente a participação de seus militares em crimes contra civis na região. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusou os Estados Unidos de encomendarem as mortes para culpar os russos.
Em resposta, o Ocidente está aplicando novas sanções contra a Rússia e anunciou medidas diplomatas. Países aliados da União Europeia expulsaram mais de 120 diplomatas russos de seus territórios após o caso em Bucha e a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, anunciou que o país vai buscar a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU, diante das “recentes provas” de que estão sendo cometidos “crimes de guerra” na Ucrânia.